Ataques deixam 3 mortos na Costa do Marfim

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Publicado Terça, 15 de Abril de 2003 às 07:22, por: CdB

Pelo menos três pessoas morreram durante um ataque nesta segunda-feira das Forças Armadas Governamentais (Fanci, em francês) contra posições rebeldes no oeste do país, informou nesta terça-feira a rádio África 1 captada em Dacar. A ofensiva governamental coincidiu com a tomada de posse em Abidjan, a capital financeira do país e atual sede do Governo, de cinco dos noves ministros designados pela rebelião para o novo governo de transição de unidade nacional. A fonte citou um porta-voz do Movimento Popular Marfinense do Grande Oeste (MPIGO) que disse que helicópteros MI-24 atacaram a localidade de Zoua Ouegning, retomada pelo grupo rebelde na semana passada. Os ataques deixaram 3 mortos e 14 feridos, todos eles civis, alguns gravemente, afirmou o porta-voz do MPIGO que, junto ao Movimento para a Justiça e a Paz (MJP), controlam a totalidade do oeste da Costa do Marfim. Os conflitos que se repetem na região ocidental, entre as Fanci e as milícias rebeldes, que se acusam da responsabilidade nas violações do cessar-fogo, representa, segundo os analistas políticos, uma ameaça para a frágil paz na Costa do Marfim. Além disso, afirmam os mesmos analistas, um atraso no início das atividades da nova administração, na qual todas as partes envolvidas no conflito têm uma forte participação e que, sob a autoridade do primeiro-ministro, Seydou Keita, tem como missão pacificar o país e preparar o terreno para a convocação em dois anos de eleições gerais. Investigações realizadas pelo Comitê de Acompanhamento do Acordo de Paz (CSAP) confirmaram na semana passada constantes violações do cessar-fogo em áreas do oeste por parte das tropas leais ao presidente Laurent Gbagbo. A CSAP confirmou também violações do mesmo tipo ocorridas no leste da Costa do Marfim, responsabilizando o Movimento Patriótico da Costa do Marfim (MPCI), o maior grupo rebelde que controla o norte. Os resultados dessas investigações foram enviadas ao Conselho de Segurança da ONU que tem previsto se reunir nesta terça-feira para analisar a crise que vive a Costa do Marfim, apontada por especialistas na região como a pior de sua história. Está prevista para esta quarta-feira a quarta reunião do conselho de ministros da nova administração marfinense, sendo que até o momento foi impossível reunir seus 41 membros por razões de segurança pessoal dos mesmos, ou como represália pelas violações do cessar-fogo. A guerra civil na Costa do Marfim, que começou em setembro passado com a rebelião de cerca de 800 soldados, já matou 2 mil pessoas e deslocou milhares, em sua maioria estrangeiros residentes no país, além de ter desestabilizado toda a região.

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