Ataque militante em festival religioso deixa mortos e feridos em Bangladesh

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Publicado Quinta, 07 de Julho de 2016 às 10:39, por: CdB

Até 300 mil pessoas se juntaram para cerimônias religiosas para marcar o festival de Eid al-Fitr na cidade durante o momento de violência

Por Redação, com Reuters - de Daca/Washington:   Militantes atacaram nesta quinta-feira policiais de Bangladesh que protegiam o maior festival do país que marca o fim do Ramadan, matando três pessoas e ferindo outras 14, dias após o Estado Islâmico reivindicar responsabilidade por um grande ataque na capital e alertar sobre mais violência.
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Pessoas realizando homenagem após ataques em Daca
Pelo menos cinco militantes atacaram um posto policial na cidade de Kishoreganj, a cerca de 140 quilômetros da capital, Daca, com pequenas bombas e então seguiram para cima da polícia com "armas afiadas", disse o chefe distrital, Mohammad Azimuddin Biswas. Até 300 mil pessoas se juntaram para cerimônias religiosas para marcar o festival de Eid al-Fitr na cidade durante o momento de violência, cerca de uma semana após militantes matarem 20 pessoas em um ataque em uma cafeteria em Daca, reivindicado pelo Estado Islâmico. Um policial foi morto em uma explosão e outro foi morto a facadas. Uma mulher que participava do festival também foi morta. Dois agressores foram mortos e três foram presos, disseram autoridades. Não ficou imediatamente claro a qual grupo eles pertencem. O ataque é o mais recente em um surto de violência na nação de 160 milhões de habitantes no sul da Ásia.

Combate ao Estado Islâmico

Os ataques mortais recentes em quatro países ligados ao Estado Islâmico mostram as limitações dos esforços realizados pelos Estados Unidos para diminuir o poder do grupo na Síria e no Iraque e o desafio de impedir atentados que, além de serem dispersos globalmente, são muito diferentes na escolha dos alvos, disseram autoridades e ex-autoridades norte-americanas. – Bombardear Raqqa (capital de facto do Estado Islâmico) até cansar não irá acabar com isso – afirmou Paul Pillar, analista veterano da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês). Nos últimos meses, tem sido frequente funcionários do governo do presidente dos EUA, Barack Obama, retratarem os ataques letais do grupo em todo o mundo como uma reação direta ao sucesso da coalizão militar liderada por Washington em expulsar os extremistas de grandes porções da Síria e do Iraque. Embora isso possa ser em parte verdadeiro, disseram as autoridades e ex-autoridades, é uma visão simplista demais e subestima como a influência do Estado Islâmico se espalhou além dos territórios que controla. O recrutamento e a propaganda do grupo sunita ultrarradical dirigidos para fora de seu autoproclamado califado antecedem a perda de cidades iraquianas cruciais, como, mais recentemente, Falluja, afirmaram funcionários dos EUA. – Há algum tempo vêm crescendo os indícios de que o Estado Islâmico vem expandindo seu alcance, recrutamento e propaganda, tanto online quanto através de emissários, já que os custos militares e econômicos de manter, e muito menos expandir, seu califado original se tornaram claros – disse uma autoridade norte-americana que acompanha de perto grupos militantes islâmicos. Em sua nova forma, dizem alguns analistas, o Estado Islâmico está se assemelhando mais à Al Qaeda, que vem se concentrando principalmente em ataques de larga escala, ao invés de tentar manter seus territórios. Construir e manter um califado possivelmente está se revelando mais caro e complicado do que os jihadistas se deram conta em um primeiro momento, opinaram as autoridades dos EUA.    
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