Assessor do ministro dos Transportes pede demissão

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Publicado Segunda, 13 de Janeiro de 2003 às 22:23, por: CdB

Sérgio José de Souza, assessor especial do ministro dos Transportes, Anderson Adauto, é a primeira baixa do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Nomeado por Adauto na última sexta-feira, Souza pediu demissão nesta segunda-feira à noite por causa do noticiário envolvendo seu nome em suposto esquema de desvio de dinheiro da Prefeitura da cidade mineira de Iturama, segundo relatório de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). As denúncias, já arquivadas, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, envolveriam o próprio ministro Adauto em desvios de cerca de R$ 4 milhões. A revista IstoÉ desta semana afirma que uma empresa de Sérgio de Souza - a Construtora Planejamento e Assessoria Ltda. -, contratada sem licitação pela Prefeitura de Iturama, teria recebido mais de R$ 500.000,00 irregularmente. Em carta entregue nesta segunda-feira a Anderson Adauto, Sérgio de Souza afirma não ter dúvidas de que o noticiário tem o objetivo de criar "um ambiente artificial de crise com a intenção de criar problemas" para a gestão do ministro e, por isso, pedia demissão em caráter irrevogável. O relatório da CPI foi feito pela Câmara de Vereadores de Iturama em 1997, quando Adauto era deputado estadual, e o senador Aelton José de Freitas (PL) - que ocupa a vaga do vice-presidente da República, José Alencar (PL) - era prefeito de Iturama. Adauto foi nomeado ministro por indicação de Alencar. Segundo o relatório da CPI, Freitas e Adauto teriam se utilizado de notas fiscais falsas e empresas fantasmas para descontar cheques da Prefeitura. Reportagem da IstoÉ afirma que, na época dos fatos, o endereço do escritório político de Anderson Adauto em Uberaba (MG) era o mesmo da empresa Líder Engenharia, que teria recebido dinheiro correspondente ao desconto de quatro cheques no valor de mais de R$ 45.000,00. Segundo a CPI, a Líder não teria alvará de funcionamento. Na carta ao ministro, Sérgio José de Souza afirma que o noticiário relaciona seu nome a uma suposta "armação em curso", mas não faz uma acusação concreta. Souza comenta também que, além da CPI, também o Tribunal de Justiça arquivou as denúncias de irregularidades na Prefeitura de Iturama.

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