Violando sua pena de prisão perpétua a ser cumprida em isolamento, o assassino do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, de Israel, casou-se secretamente por meio de uma procuração, afirmou a noiva dele nesta sexta-feira.
Larisa Trimbobler disse ter esperanças de que seu casamento com Yigal Amir, realizado no mês passado, ajude a mudar uma decisão da corte que proíbe o detento de ter visitas conjugais. Amir atirou em Rabin durante um comício pela paz, em 1995, a fim de impedir novos avanços no processo de paz com os palestinos.
As leis israelenses exigem que dois homens testemunhem a passagem do anel do noivo para a noiva e a assinatura do contrato nupcial. Segundo meios de comunicação do país, Amir assinou uma procuração para que seu pai o representasse no casamento.
- Ele (Amir) simplesmente deu poderes de representação a um parente autorizado a visitá-lo - afirmou Trimbobler ao Canal Dez, de TV, acrescentando que dois rabinos haviam confirmado o casamento.
- Não há nenhum pecado aqui, nenhum crime. Estamos esperando pela manifestação do Poder Judiciário e pela confirmação - afirmou a noiva de Amir, cujo cabelo estava coberto por um véu como manda a tradição judaica para as mulheres casadas.
Autoridades israelenses, que vigiam Amir 24 horas por dia e que se mostram preocupadas com a possibilidade de ele enviar mensagens políticas para simpatizantes fora da cadeia, contestaram a validade do laço matrimonial.
- Recentemente, o condenado não recebeu a visita de dois homens ao mesmo tempo para que a validade desse suposto casamento fosse atestada - afirmou Ofer Leffer, do Serviço Prisional de Israel.
Trimbobler, uma imigrante da ex-União Soviética, divorciada e mãe de quatro filhos, correspondeu-se com Amir por carta e conseguiu o direito de visitá-lo no bloco de isolamento onde o ex-estudante de direito cumpre sua pena de prisão perpétua.
Amir criou uma polêmica nacional em janeiro ao pedir autorização para se casar. Muitos israelenses afirmaram que o assassino de Rabin não receber essa concessão. Grupos de defesa dos direitos humanos afirmaram que o condenado deveria ter autorização para se casar.