Ashcroft diz que extradições serão analisadas caso a caso

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Publicado Quarta, 12 de Dezembro de 2001 às 16:48, por: CdB

O procurador-geral dos Estados Unidos, John Ashcroft, anunciou que a extradição de suspeitos por supostos atos terroristas presos na Europa será analisada caso a caso. Ele esteve em Londres na primeira parte de sua viagem à Europa, onde ele está acompanhando os avanços da Justiça européia no comabate à rede Al-Qaeda de Osama Bin Laden. O procurador-geral espera reduzir a resistência dos países europeus em extraditar suspeitos. A relutância européia se deve ao fato de que esses suspeitos podem ser condenados à morte nos Estados Unidos. Aschcroft, por sua vez, adiantou que os complexos e controversos processos de extradição seriam analisados caso a caso. "Cada caso será analisado individualmente, levando em conta o processo de extradição de diferentes países", disse ele durante uma entrevista coletiva em Londres, após ter se encontrado com o secretário do interior britânico, David Blunkett. O procurador-geral afirmou que diversos casos não envolvem acusações puníveis com a pena capital, como o do piloto Lotfi Raissi, que foi preso em Londres pouco após os atentados de 11 de setembro. Os países signatários da Convenção Européia de Direitos Humanos não possuem a pena de morte. Em sua viagem à Europa, Aschcroft está sendo acompanhado por oficiais do FBI, a polícia federal americana, advogados e juízes. Antes de retornar a Washington, a capital americana, no domingo, o procurador-geral deve ainda ir à Espanha, Bélgica e Itália. A viagem de Ashcroft acontece pouco depois de ele ter anunciado as primeiras acusações contra um dos suspeitos pelos atentados de 11 de setembro. Zacarias Moussaoui foi o primeiro acusado pelos ataques de 11 de setembro e é acusado de ter conspirado juntamente com Bin Laden e outros suspeitos para matar milhares de pessoas durantes os ataques. Diversos outros suspeitos de envolvimento nos atentados estão presos na Europa, entre eles o marroquino Mounir al-Montassedeq, que teria dividido um apartamento em Hamburgo, na Alemanha, com dois dos seqüestradores dos aviões usados nos atentados. Na Espanha, oito supostos membros da rede Al-Qaeda foram presos e outros estão em prisões da França, da Bélgica e da Itália. John Aschcroft tem sendo criticado pelos seus métodos na campanha contra supostos terroristas, tanto por europeus como por americanos, sendo que um dos aspectos da campanha que vem sendo alvo de ataques por ativistas de liberdades civis foi o plano do procurador-geral de realizar julgamentos de suspeitos de atos terroristas em tribunais militares. Tribunais militares exigem apenas uma maioria de dois terços para julgar alguém culpado, diferentemente dos tribunais civis, que exigem um veredito unânime, além de uma nova legislação que permitiria ao FBI acompanhar as conversas entre suspeitos e os seus advogados também foi criticada como sendo anticonstitucional.

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