Argentina critica armas nucleares nas Malvinas

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Publicado Sábado, 06 de Dezembro de 2003 às 07:15, por: CdB

O governo de Argentina qualificou de "injustificável" o envio por parte do Reino Unido de armas nucleares ao Atlântico Sul durante a guerra das Malvinas. O país exigiu do primeiro-ministro inglês, Tony Blair, a reabertura do diálogo pela soberania das ilhas.

O governo de Néstor Kirchner, por meio de um comunicado de sua chancelaria, lamentou que Londres "tenha deixado de ouvir as denúncias formuladas pela Argentina sobre a possível presença de armamento nuclear na zona de conflito".

O governo britânico reconheceu ontem, em um relatório, que durante a guerra contra a Argentina pelas ilhas Malvinas, em 1982, enviou navios e submarinos com contêineres com armas nucleares e que, em sua manipulação, alguns foram danificados.

O relatório esclarece, no entanto, que as avarias nos contêineres foram externas e que em nenhum momento as armas foram atingidas. O relatório oficial justifica o envio destes arsenais pela urgência com que a Força de Tarefas britânica teve que ser mobilizada, por isso foi decidido não retirar as armas nucleares antes de sua partida para o Atlântico Sul.

"O episódio agora reconhecido pelo governo britânico está coberto de gravidade. Este fato poderia ter causado graves conseqüências para os habitantes, os recursos naturais e o meio ambiente da região. O que é inaceitável é que se o pretenda justificar este ato por razões logísticas", afirmou a chancelaria argentina.

Buenos Aires requer ao governo britânico "precisas e completas informações sobre os fatos revelados e exige que assegure, em forma indubitável, que não há armas nucleares em nenhum lugar do Atlântico Sul, nem em navios afundados, nem no leito do mar, nem sob nenhuma forma ou circunstância".

Investigações da imprensa britânica indicam que o navio inglês Sheffield, que afundou no Atlântico ao ser atacado pela aviação argentina em 4 de maio de 1982, trazia essas armas, da mesma forma que o submarino Conqueror, de propulsão nuclear, que afundou o cruzeiro General Belgrano.

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