O brasileiro Wilson dos Santos foi condenado nesta terça-feira, a seis anos de prisão por falso testemunho na investigação do atentado terrorista de 1994 contra a associação mutualista judaica Amia, em Buenos Aires.
A pena foi determinada por um tribunal oral de Buenos Aires, que estabeleceu que o réu fosse libertado, pois permaneceu mais de três anos detido até ser julgado, informaram fontes judiciais.
Wilson dos Santos afirmou à Justiça ter avisado às autoridades que seria cometido um atentado contra a Associação Mutualista Israelita Argentina (Amia), mas se desdisse em interrogatórios posteriores.
Ao exercer o direito de falar perante os juízes, o acusado reiterou que não esperava “nenhum atentado” e que suas declarações se deveram ao fato de que “estava escrevendo um livro”.
Ele também pediu aos juízes que, se fosse condenado, pudesse cumprir a pena numa prisão brasileira.
A Procuradoria havia pedido uma pena de dez anos de prisão para o brasileiro, a maior prevista pelo delito de falso testemunho.
Dos Santos havia declarado ao juiz de Buenos Aires Juan José Galeano que avisara ao consulado argentino em Milão (Itália) que o atentado contra a Amia, cometido no dia 18 de julho de 1994 e que deixou 85 mortos, estava sendo preparado.
No entanto, ele se desdisse quando foi interrogado novamente pelo juiz, encarregado da investigação do atentado, atribuído a grupos fundamentalistas islâmicos.
O brasileiro foi detido na Suíça devido a um pedido de captura e extradição feito pelo juiz Galeano.