O Banco Central da Argentina adiou por pelo menos mais um dia o fim do feriado no setor de câmbio. A decisão foi tomada, segundo a diretoria do BC, para que sejam fechados os últimos detalhes da desvalorização do peso. A moeda argentina esteve atrelada à moeda americana durante quase onze anos. No último domingo, depois da aprovação da medida pelo Congresso, o governo anunciou, oficialmente, a desvalorização do peso. Mas desde então o mercado financeiro e todas as transações estão praticamente paradas. A comerciante Maria Vasquez de Souza, de 33 anos, não pôde pagar o seguro do seu carro. A seguradora, segundo ela, pediu um prazo para esperar a definição do governo sobre a cobrança do serviço. "Até aqui essa cobrança era em dólar, mas, com a transformação das contas para o peso, a tendência é que o seguro também passe a ser cobrado em peso", disse ela. "Então acho que a seguradora decidiu esperar para ver o que fazer." A expectativa é de que o governo anuncie nas próximas horas o aumento do limite de saques de 1.000 pesos para 1.500 pesos. Nesta terça-feira, a Corte Suprema concedeu ganho de causa ao governo, aprovando o chamado "corralito" (o curralzinho, como o limite de saques está sendo chamado). Com isso, foram anuladas as ações impetradas por partidos políticos e diferentes entidades contra a medida, que foi adotada pelo ex-ministro da economia, Domingo Cavallo. Na tentativa de amenizar o mau humor nacional, o governo federal pretende anunciar ainda limites de 1.200 pesos para saques de profissionais autônomos. Até agora, eles estão de fora até mesmo desta regra.
Rio de Janeiro, Sexta, 10 de Maio de 2024
Argentina adia reabertura de mercado de câmbio e paralisa mercado financeiro
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Publicado Terça, 08 de Janeiro de 2002 às 20:51, por: CdB
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