Ex-secretária de Estado americana vence últimas primárias do Partido Democrata, em Washington, e se junta a Sanders contra o magnata republicano. Massacre em Orlando divide pré-candidatos à Casa Branca
Por Redação, com agências internacionais - de Washington:
A ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton venceu na terça-feira as últimas primárias do Partido Democrata, em Washington. A ex-primeira-dama obteve cerca de 79% dos votos contra 21% do senador Benie Sanders.
Clinton já tinha alcançado o número mínimo de delegados para assegurar sua nomeação pelo Partido Democrata na corrida presidencial nos Estados Unidos na semana passada. O magnata Donald Trump, do Partido Republicano, conquistou os votos necessários em maio.
A nomeação de Clinton será oficializada na convenção do partido, na Filadélfia, entre 25 e 28 de julho. As eleições norte-americanas estão marcadas para 8 de novembro.
As primárias ou caucus, as assembleias de voto, são organizadas em todos os Estados e territórios norte-americanos. Clinton venceu 34 das 57 votações e obteve o apoio de 387 delegados a mais do que Sanders. O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou apoio à campanha de Clinton.
Segundo um integrante da campanha democrata, Clinton e Sanders tiveram uma reunião após o resultado sobre unificar do partido e trabalhar juntos numa plataforma para combater a ameaça representada por Trump.
– Nossa meta é não permitir que políticos, Donald Trump e qualquer outra pessoa nos dividir – afirmou Sanders ao ressaltar que vai continuar a "lutar duramente" para transformar o Partido Democrata.
Ataque em Orlando
Clinton e Trump têm travado discussões sobre o ataque contra a casa noturna gay Pulse, em Orlando, que deixou 49 mortos.
Na segunda-feira, um dia depois do massacre, Trump disse que, se eleito, irá suspender a imigração aos EUA de pessoas proveniente de regiões "com histórico comprovado de terrorismo" e criticou Obama por simpatizar com terroristas ao não usar o termo "radicalismo islâmico" para descrever o ataque.
A ex-secretária de Estado dos EUA afirmou que os norte-americanos precisam "se unir" para combater o terrorismo e respondeu às declarações de Trump. "O que Donald Trump está dizendo é vergonhoso", declarou Clinton.
Obama e Hillary criticam Trump
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a candidata presidencial democrata Hillary Clinton fizeram ataques quase simultâneos a Donald Trump na terça-feira, explicitando seu desprezo pelo provável candidato presidencial republicano por sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos EUA.
Claramente irritado, Obama aproveitou um discurso no Departamento do Tesouro para emitir uma rejeição extraordinária à suspensão de imigração de países com um "histórico de terrorismo", tal como aventada por Trump, em reação ao massacre em uma boate gay da Flórida.
Sem mencionar o magnata pelo nome, o presidente democrata refutou uma crítica do republicano segundo a qual Obama não emprega o termo "terrorismo islâmico radical" para descrever a militância do Estado Islâmico. Obama a classificou como uma distração política.
– O que exatamente se conseguiria usando tal rótulo, o que exatamente isso mudaria? – indagou Obama. "Alguém pensa seriamente que não sabemos com quem estamos lutando? ... não existe nenhuma mágica na frase islã radical. É um tema político."
Falando a apoiadores em Pittsburgh, Hillary disse que a proposta de seu provável rival fortalece seu argumento de que Trump é temperamentalmente inadequado para servir como presidente, afirmando que o comandante-chefe do país "é um cargo que exige reações calmas, contidas e dignas" a acontecimentos como a matança em Orlando no domingo.