A Anistia Internacional acusou nesta segunda-feira os países mais ricos do mundo de armar algumas das nações que mais violam os direitos humanos, apesar de assegurarem o contrário.
A organização, com sede em Londres, publicou um relatório prévio à conferência do Grupo dos Oito (G-8), a ser realizada no próximo mês, na cidade francesa de Evian, mostrando que pelo menos dois terços das transferências mundiais de armas entre 1997 e 2001 procederam de cinco dos membros do G-8: Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha e Grã-Bretanha.
A Anistia defendeu a assinatura de um acordo internacional sobre o comércio de armas para fortalecer e harmonizar os controles nacionais sobre o fluxo de equipamentos militares para países que a organização considera que violam os direitos humanos, incluindo Israel, Colômbia, Afeganistão e Senegal.
O relatório, intitulado “Um catálogo de fracassos: exportações de armas do G-8 e violações dos direitos humanos”, afirma que os Estados Unidos foram responsáveis por 28 por cento do comércio mundial de armas entre 1997 e 2000, tornando-se o principal exportador no setor.
A Rússia fica em segundo lugar, com 17 por cento, enquanto a França responde por 10 por cento, a Grã-Bretanha, por sete por cento, e a Alemanha, por cinco por cento.
Estes países, juntamente com outros membros do G-8, como Itália e Canadá, assinaram vários acordos internacionais que proíbem a exportação de armas se há o risco de que sejam utilizadas na violação de direitos humanos e também possuem leis que exigem licenças para as exportações militares.
O Japão, o outro membro do G-8, proíbe a exportação de armas e equipamentos militares.
A Anistia também exortou Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia e China a publicar os nomes das companhias que forneceram tecnologia biológica, química e bélica ao Iraque.