Análise: Candidatos antiquados ou estadistas experientes?

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Publicado Segunda, 04 de Novembro de 2002 às 21:45, por: CdB

Golpeados pelo destino, com o controle do Senado em grande perigo, os democratas escolheram nesta eleição candidatos mais velhos para conquistaram os assentos de que precisam desesperadamente em Minnesota e New Jersey. Seria um sinal de fraqueza? Os democratas de New Jersey não teriam opções melhores que o ex-senador Frank R. Lautenberg de 78 anos para substituir Robert G. Torricelli, que renunciou depois de uma campanha inconstante? O partido de Minnesota não deveria ter outros candidatos a quem recorrer depois que o senador Paul Wellstone foi morto além do vice-presidente Walter F. Mondale, de 74 anos? Talvez; mas os cidadãos sênior nomeados não prejudicaram o partido até agora, e se vencerem, eles terão muitos outros veteranos em sua companhia. Mais da metade dos atuais senadores tem 60 anos ou mais, e 14 têm 70 anos ou mais. Os rivais republicanos estão tentando retratá-los como antiquados. O opositor de Mondale, o ex-prefeito Norm Coleman de St. Paul, tem feito propagandas dizendo: "você pode entrar no futuro ou ficar preso no passado". O opositor de Lautenberg, o executivo Douglas R. Forrester, disse em um debate na semana passada que o democrata representava "as políticas fracassadas do passado". Na manhã de domingo, no programa de entrevistas da CBS "Face the Nation", o senador Bill Frist do Tennessee, líder da campanha republicana para o Senado, usou o mesmo tema, ampliando-o para os nomeados republicanos em New Hampshire, South Dakota e Missouri, que ele tratou como "jovens", "cheios de energia" e "frescos". Os democratas, disse ele, estavam "olhando para a história antiga". Claramente, as décadas de vida pública de Lautenberg e Mondale os tornaram vulneráveis a essas humilhações. Mas seu status como antigos estadistas políticos é ao mesmo tempo uma força e uma fraqueza; não há necessidade de apresentar os substitutos aos seus eleitorados. Livre do ambiente ruim e da controvérsia que pairou ao redor de Torricelli, Lautenberg ganhou uma vantagem significativa nas pesquisas. A corrida entre Mondale e Coleman é considerada um jogo de cara ou coroa, assim como era a disputa entre o senador Wellstone e Coleman. No entanto, a escolha dos dois veteranos sugere que os democratas em Minnesota e New Jersey tiveram problemas em desenvolver jovens talentos em estados onde eles já foram tantos. Em Minnesota, os herdeiros de dois grandes nomes do estado, Hubert H. Humphrey III e Ted Mondale, filho do ex-vice-presidente, fracassaram em candidaturas nos últimos anos depois de construírem carreiras precoces promissoras. O representante Robert Menendez, 48, uma das principais figuras de seu partido em New Jersey, construiu uma reputação invejável em Washington, mas nunca se arriscou a tentar um cargo mais elevado. Um problema mais sério para os democratas em todo o país é seu evidente fracasso, apesar da angústia econômica e dos temores públicos sobre uma possível guerra no Iraque, em articular uma série de políticas alternativas confiável. Na mais recente pesquisa New York Times/CBS, realizada de 27 de outubro a 31 de outubro e publicada no domingo, somente 31% dos 1.018 entrevistados disseram que achavam que os democratas tinham "um plano claro para o país"; 42% acharam que os republicanos o tinham. "Nesta campanha somos o cão que não ladra", disse um senador decepcionado que não se candidatou à reeleição neste ano. "Não falamos da redução de impostos de Bush, e muitos de nós o apoiamos em relação ao Iraque. Não é assim que vamos neutralizar a vantagem que a Casa Branca dá aos republicanos". A pesquisa não mostrou deterioração na posição dos democratas entre os eleitores. Assim como a maioria das pesquisas nos últimos anos, ela mostrou o eleitorado igualmente dividido entre os republicanos (31%), os democratas (34%) e os independentes (28%). Mas ela também indicou que a nomeação de candidatos mais velhos como Mondale e Lautenberg não deve dar aos democratas nenhuma vantagem entre os eleito

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