Ambientalistas denunciam vazamento de produtos químicos em Sepetiba

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Publicado Sexta, 01 de Fevereiro de 2008 às 10:56, por: CdB

Nesta sexta-feira foi constatado por um grupo de pescadores, ecologistas e advogados, um  vazamento de efluentes líquidos contaminados por metais químicos em um canal construído ao lado do dique da antiga Companhia Ingá Mercantil, localizada na Ilha da Madeira - Itaguaí ao lado do Porto de Sepetiba.

A Ingá faliu nos anos 80 deixando uma montanha a céu aberto de três milhões de toneladas de metais pesados como cádmio, zinco, arsênio e outros. Dragagens da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico, conglomerado formado pela Cia. Vale do Rio Doce e a multinacional alemã Thyssen Krupp Stels), espalham estes contaminantes químicos oriundos há mais de 20 anos.
Os pescadores artesanais estão sem trabalho, com dificuldade de vender o pescado devido à contaminação química. Nos últimos anos houve uma redução significativa da produtividade pesqueira da baía que provocou o empobrecimento de milhares de pescadores.
 
O vazamento está atingindo os manguezais e carreando poluentes para a Baía de Sepetiba, o que, segundo as denúncias, vai prejudicar ainda mais a atividade da pesca em toda a região. 

As mesmas fontes advertem que o leilão do terreno da Ingá não prevê a indenização dos pescadores. O leilão está marcado para dia 15 de abril, O terreno de um milhão de metros quadrados tem preço avaliado entre R$ 120 a 200 milhões.

Grandes empresas estrangeiras e brasileiras já demonstraram interesse na aquisição da área que apresenta expressivo valor econômico já que é vizinha ao Porto de Sepetiba (é a única disponível para uso como retroporto) e também será utilizada na construção do Arco Rodoviário Metropolitano do RJ que ligará Magé a Itaguaí, obra prioritária do governo federal, orçada no PAC em aproximadamente R$1,5 bilhões que teve licitação iniciada esta semana.

A proposta da juiza da massa falida da Ingá é a de que a empresa ou consórcio que adquirir o terreno contaminado da Ingá deverá assumir a responsabilidade e os custos -junto à justiça e Ministérios Públicos federal e estadual- pela descontaminação (remediação) da área estimada em R$ 45 milhões (para minimizar a gravidade do passivo ambiental, a Secretaria Estadual de Meio e a FEEMA, órgãos estaduais que são réus no processo junto com o IBAMA e Prefeitura de Itaguaí, tem informado que este custo é de apenas R$ 20 a 25 milhões!). apesar das promessas do Governador Sérgio Cabral, segundo os denunciantes, e do Secretário de Ambiente Carlos Minc, não foi definidio o valor da indenização a ser paga aos quase quatro mil pescadores prejudicados.

Pescadores e ambientalistas pretendem impedir o leilão pela via judicial e com manifestações no Palácio Guanabara. Os grupos consideram que há uma tentativa do governo estadual de beneficiar uma das empresas concorrentes no leilão, o BMG-Banco de Minas Gerais que tem créditos a receber da Massa Falida da Ingá de apenas R$ 120 mil que pretende comprar o terreno da Ingá com moedas podres. Teme-se que com a aquisição da área pelo BMG seja pago o valor mínimo do terreno com moeda podre, o que provocará a falta (ou a limitação) de recursos financeiros para realizar a reparação do passivo ambiental da Ingá (despoluição das áreas de manguezais e da Baía de Sepetiba, remediação área contaminada, repovoamento da baía com peixes e crustáceos etc) e pagamento dos prejuízos econômicos sofridos pelos pescadores (lucros cessantes, danos morais e materiais) há 20 anos.
 
Segundo o ecologista Sérgio Ricardo “ao longo dos últimos 20 anos, a Baía de Sepetiba foi transformada numa lixeira industrial e agora pretende-se alienar, dilapidar ilegalmente e de forma irresponsável o patrimônio da falida Ingá Mercantil sem efetivamente destinar recursos para ressarcir os prejuízos provocados a milhares de pescadores e ao meio ambiente. A pesca
artesanal está ameaçada de extinção na região: as impactantes dragagens da CSA está

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