Aliados do governo grego bloqueiam plano de austeridade

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Publicado Terça, 23 de Outubro de 2012 às 17:19, por: CdB

Aliados do governo grego bloqueiam plano de austeridade

Por Lefteris Papadimas

ATENAS, 23 Out (Reuters) - Dois partidos minoritários do governo grego barraram na terça-feira a aprovação de um novo pacote de austeridade exigido por credores, por se oporem a reformas nas leis trabalhistas.

Representantes dos credores deixaram Atenas nesta semana dizendo que estava praticamente certa a aprovação das reformas e cortes orçamentários condicionados à liberação da próxima parcela de ajuda financeira ao país.

A Reuters teve acesso na terça-feira a um documento preliminar mostrando que governo e credores concordaram em implementar as reformas ao longo de quatro anos, e não dois, como previa o plano original.

Mas, para aprovar o pacote, o governo comandado pelo partido conservador Nova Democracia precisa convencer seus parceiros de coalizão. A Esquerda Democrática e o socialista Pasok há muito tempo se opõem às medidas impopulares impostas pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, que devem causar cortes salariais e redução em pagamentos de indenização nos casos de demissão.

O ministro do Trabalho, Yannis Vroutsis, disse que os dois partidos aliados não concordaram com um mecanismo para evitar reajustes salariais automáticos, e que isso atrapalharia a aprovação do pacote de austeridade, no valor de 11,5 bilhões de euros (14,9 bilhões de dólares).

"Eu não aceitarei nem votarei as reformas trabalhistas que a ‘troika' exige, e nem os deputados da Esquerda Democrática ", disse o líder do partido Fotis Kouvelis a jornalistas após uma reunião com os chefes dos dois outros partidos da coalizão.

Evangelos Venizelos, do Pasok, também reiterou sua oposição às reformas e pediu ao primeiro-ministro Costas Samaras que convença seus homólogos europeus a reverem as propostas.

"Não precisamos abrir novas frentes como a reforma trabalhista, que não contribui em nada para as nossas metas fiscais", disse Venizelos, acrescentando que cortes trabalhistas já foram implementados neste ano. "É injustificado e provocativo abrir essa discussão novamente agora."



(Reportagem adicional de Renee Maltezou, Karolina Tagaris e George Georgiopoulos)

Reuters

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