Alckmin considera graves denúncias de desvio de verbas de plantões médicos em hospitais do estado

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Publicado Segunda, 20 de Junho de 2011 às 14:09, por: CdB

Bruno Bocchini

Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou hoje (20) que considera graves as denúncias de desvio de verbas de plantões médicos e determinou auditorias em todos os hospitais estaduais. “A denúncia é grave, é evidente. Tudo que envolve dinheiro público não se pode aceitar desperdício de um centavo. É transparência absoluta. Já está demitido, já está substituído. Todos os que malversaram o dinheiro público responder [pelo crime que cometeram]”, disse.

O coordenador de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Tardelli, e o secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo, Jorge Pagura, pediram demissão após as denúncias de existência de um esquema que fraudava licitações e os pagamentos de plantões médicos em hospitais estaduais.

Pagura nega participação no caso. Ele afirma que pediu demissão para facilitar o esclarecimento dos fatos pelo Ministério Público e pela Corregedoria-Geral da Administração. O pedido de demissão, feito na última sexta-feira (17), foi aceito pelo governador Geraldo Alckmin.

Tardelli, que pediu demissão hoje (20), também nega ter conhecimento das fraudes. Segundo a Secretaria de Saúde, ele pediu desligamento do cargo para permitir mais transparência às investigações.

“O governo já tinha detectado há um ano e meio atrás irregularidades na questão do pagamento de plantões e horas extras. Abriu uma sindicância e a encaminhou ao Ministério Público. O Ministério Público fez as escutas telefônicas, apurou os fatos, prendeu as pessoas que cometiam delito e elas todas responderão a um processo civil e criminal”, disse o governador.

Alckmin afirmou ainda que Jorge Pagura, apesar ter sido secretário de seu governo, não recebia salário do governo do estado. “Ele não é funcionário do estado, não recebeu nenhum centavo, não participou de nenhuma licitação”.

De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa, que era chefiada pelo ex-diretor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, Ricardo José Salim, desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do hospital, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam suas jornadas de trabalho. As investigações também revelaram a existência de funcionários fantasmas, falsificações, estelionato e fraudes em licitações, com o favorecimento e o direcionamento dos certames.

Os suspeitos, se condenados, vão responder pelos crimes de peculato, formação de quadrilha, crimes em licitação, quebra de sigilo da lei de interceptação, tráfico de influência e falsificação de documentos públicos e particulares.

 

Edição: Aécio Amado

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