O presidente do Federal Reserve (Fed), Alan Greenspan, admitiu nesta terça-feira que a principal taxa de juro de referência norte-americana poderá ser reduzida abaixo de 0,75 por cento.
Alan Greenspan disse esta terça ao Congresso norte-americano que o Fed pode ter a sua principal taxa de juro abaixo de 0,75 por cento sem que a política monetária perca efeito.
A principal taxa de juro da Fed, a chamada fed funds - taxa de referência para empréstimos interbancários a um dia (overnight) - está em um por cento, o valor mais baixo desde julho de 1958.
Com esta declaração, Greenspan rejeitou explicitamente a teoria que defende que a política monetária perde efeito com a taxa de juro inferior a 0,75 por cento. Ou seja, defende Greenspan, é ainda possível estimular a economia - ou atacar a deflação - com novos cortes na taxa de juro.
"O limite da principal taxa de juro é logicamente zero por cento", contrapôs.
Greenspan declarou mesmo aos congressistas membros do comitê de Banca, Habitação e Assuntos Urbanos, a quem apresentou o relatório semestral do Fed sobre política monetária, que o banco central norte-americano admitia poder realizar "novos cortes substanciais" na taxa de juro, se isso fosse considerado necessário.
A adoção de uma política monetária favorável ao desenvolvimento da inflação foi justificada por Greenspan pela existência de um cenário "pernicioso, se bem que remoto", em que a inflação poderia ser negativa, em resultado de uma fraca procura agregada, o que poderia provocar "uma corrosiva espiral deflacionista".