Agrava-se o risco de conflitos em Angola

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Publicado Quinta, 16 de Janeiro de 2003 às 11:08, por: CdB

Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello chegou nesta quinta-feira a Angola para uma visita que deve ser dominada por questões relacionadas a supostas violações dos direitos humanos na região separatista de Cabinda. A visita de três dias de Vieira de Mello - um brasileiro que supervisionou o processo de transição para a independência de Timor Leste antes de assumir seu novo cargo na ONU - ocorre meses depois de Angola ter posto fim a 27 anos de sangrenta guerra civil. Analistas citados pela agência de notícias Reuters afirmam que a situação geral dos direitos humanos no país melhorou desde o fim da guerra civil, mas acrescentam que o conflito em Cabinda ainda é motivo de muita preocupação. Assessores disseram que Vieira de Mello fará um levantamento da situação e manterá conversações com autoridades do Governo angolano - incluindo o presidente José Eduardo dos Santos. Vieira de Mello se reunirá também com ex-líderes do extinto grupo rebelde União Nacional pela Independência Total de Angola (Unita) e com ativistas da sociedade civil. Choques entre várias facções do grupo separatista Frente de Libertação do Enclave de Cabinda-Forças Armadas de Cabinda (Flec-Fac) e tropas governamentais causaram milhares de mortes nos últimos 25 anos. Um relatório publicado por uma coalizão de ativistas de Cabinda acusa o Governo de intensificar sua campanha contra os rebeldes, desde outubro do ano passado. O documento inclui uma lista de supostos abusos dos direitos humanos, alegando que foram cometidos por forças governamentais contra civis. Cabinda é separada do resto de Angola por território da República Democrática do Congo. Os rebeldes afirmam que um tratado do final do século XIX obrigava a então potência colonial, Portugal, a tratar o enclave litorâneo de forma distinta. Os separatistas querem uma maior parcela da renda obtida com o petróleo da região.

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