Acusados de castrar 19 meninos voltam a julgamento nesta quarta

 O julgamento dos acusados pelos crimes de tortura e emasculação (castração) de 19 crianças em Altamira (PA), ocorridos entre 1989 e 1993, foi suspenso na noite da última terça-feira e será retomado na manhã desta quarta-feira.
 
A vidente Valentina de Andrade, uma das acusadas e que não apareceu no julgamento, deve ser julgada no dia 22 de setembro e o médico Césio Flávio Caldas Brandão, no próximo dia 8. Dos três que ainda não foram julgados, o único a sentar no banco dos réus, na terça, foi o médico Anísio Souza.

Ele prestou depoimento por uma hora e negou participação no caso, mas caiu em contradições. Anísio teria emprestado sua chácara para os rituais satânicos onde os meninos tiveram os órgãos sexuais extirpados e ele mesmo teria feito o serviço.

O julgamento foi desmembrado por decisão do juiz Ronaldo Valle, que chegou a ameaçar Valentina de prisão se ela não aparecesse na sessão.
 
A ameaça não surtiu efeito: a vidente não foi e o advogado dela informou que ela tinha conhecimento de que deveria estar presente nesta sessão, mas estava hospitalizada e não conseguiu se deslocar de Londrina, onde mora, até Belém.

Na sessão anterior, na noite da última sexta-feira, os acusados Amailton Moreira e Carlos Alberto Santos, os primeiros a serem julgados, foram condenados a 57 e 35 anos de prisão, respectivamente, sem o direito de recorrer em liberdade.
 
Pela manhã, uma manifestação de apoio às famílias das vítimas reuniu duas mil pessoas em Altamira, numa passeata no centro da cidade.