Acusações de Valério contra Lula seriam manipuladas, segundo procurador-geral

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Publicado Quarta, 12 de Dezembro de 2012 às 08:17, por: CdB
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Acusações a Lula podem ter sido manipuladas, alerta procurador-geral de Justiça
Enquanto o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, defende a investigação das declarações atribuídas ao publicitário Marcos Valério, divulgadas na edição passada do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, o Conselho dos Procuradores Gerais recomenda cautela sobre elas. O jornal afirma que o publicitário Marco Valério acusou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva de conhecer o esquema do chamado "mensalão", alvo da Ação Penal 470 no STF, e que teria se beneficiado dele. Ao ser perguntado sobre a necessidade de investigações, durante um intervalo da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa disse: – Eu creio que sim – embora tenha, como informou, apenas “conhecimento oficioso, não oficial" sobre o assunto. A reportagem do Estadão acusa Lula de ter autorizado empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT. O depoimento de Marcos Valério onde constariam estas denúncias teria ocorrido depois dele ter sido condenado no STF a mais de 40 anos de prisão, por crimes de corrupção, peculato, evasão de divisas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na Ação Penal 470. A Procuradoria Geral da República informou, nesta quarta-feira, que o procurador-geral, Roberto Gurgel, não pretende se pronunciar sobre o assunto até a conclusão do julgamento do 'mensalão'. No início de novembro, quando informações semelhantes foram veiculadas pela mídia conservadora, Gurgel disse que as revelações de Valério precisam ser analisadas com cuidado, não podendo ser usadas em seu próprio benefício na ação do chamado "mensalão", embora poderiam - afirmou - motivar novas investigações. Conselho teme manipulação O presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Oswaldo Trigueiro, disse na noite passada que é preciso “cautela” e “prudência” na avaliação de uma possível repercussão formal das declarações atribuídas ao publicitário Marcos Valério, publicadas n'O Estado de S. Paulo. – É importante termos conhecimento das circunstâncias em que esse depoimento foi feito e em que momento (para avaliar) se isso tem ou não repercussão formal. Temos que ter cautela e prudência para avaliar essa situação – disse ele. A cautela é necessária, disse, para evitar que haja uma “manipulação do sistema de provas”, em que, após o réu ter sido condenado, “busca modificar o pensamento que ao início foi dado”. – As oportunidades foram dadas, não podemos ficar à merce do insucesso de um réu ou outro. Ou seja, se eu tive um insucesso vou denunciar, mais adiante tive benefício, então recuo na minha informação. Se há ambiente novo de investigação, que se procedam nas investigações naturais – acrescentou. Desde que informações semelhantes surgiram na mídia conservadora - inicialmente na revista semanal de ultradireita Veja, elas foram recebidas com reservas inclusive por ministros do STF, havendo a suspeita de que Marcos Valério estaria tentando criar uma situação para beneficiar-se de um eventual acordo de delação premiada, favorecendo-o no cumprimento das penas a que foi condenado.
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