Ações municipais permitem ampliação de educação inclusiva

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Publicado Quarta, 04 de Abril de 2012 às 13:12, por: CdB

O sonho da sede própria está mais próximo para a Associação de Amigos doAutista da Bahia (AMA) com o início das obras de terraplenagem de um terreno nobairro do Stiep. A área, com mais de 10 mil metros quadrados, foi doada pelaPrefeitura de Salvador e as obras estão sendo realizadas pela Superintendênciade Conservação e Obras Públicas (Sucop).

 

Atualmente, a associação atende 128 crianças com autismo e tem uma listade espera de outros 300. "Com a construção de nossa sede, poderemos oferecermais oportunidade de acompanhamento para as crianças autistas da cidade",desabafa Rita Valéria, presidente da AMA, ressaltando que "só com aluguel, ainstituição tem um custo de R$ 1,5 mil, fora a manutenção do prédio alugado".

 

Além do terreno doado, a Prefeitura também é parceira da instituição coma cessão de professores e merenda escolar através da Secretaria Municipal deEducação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult). Conforme dados da AMA, aestimativa é de que 70 mil pessoas sejam autistas na Bahia. No mundo, segundo aOrganização das Nações Unidas (ONU), acredita-se haver mais de 70 milhões depessoas com autismo. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação dequatro meninos para uma menina com autismo.

 

Educação inclusiva - A parceria com a AMA fazparte também do trabalho que a Secult desenvolve em Salvador para inclusão dosalunos com transtornos e deficiências intelectual ou mental. O órgão tambémoferece oficinas e cursos voltados para o Atendimento Educacional Especializado(AEE), com o apoio de outras instituições conveniadas, como a Associação depais e amigos com distúrbios de comportamento (Inespi), e os institutosGuanabara, de Organização Neurológica (ION), e Pestalozzi da Bahia.

 

"Estamos com previsão de mais uma turma do curso de formação deprofessores para atuar com crianças com Transtornos Globais de Desenvolvimento(TGD), com ênfase para crianças com autismo", ressalta Teresa Cristina Sousa,supervisora de educação especial da Secult.

 

Além disso, a Rede Municipal de Ensino conta com salas multifuncionais,onde os professores podem atuar de forma diferenciada no acompanhamento dosalunos que apresentem algum tipo de transtorno ou distúrbio. "Em Salvador, 49escolas que fazem parte da Rede Municipal foram contempladas com salasmultifuncionais, sendo que dez já estão em plena atuação. Nestas salas, sãoutilizados recursos como computador, jogos, vídeos, desenhos e outros que atuamdiretamente no desenvolvimento da criança, diminuindo as dificuldades deinteração entre os colegas de sala de aula", completa Tereza Cristina.

 

Um exemplo é a Escola Municipal Casa da Amizade, em Ondina. "Aqui,tomamos o cuidado de interagir com eles e com os outros alunos das salas deaula, para que todos se sintam crianças normais, sem cuidados especiais", diz apsicopedagoga Doralice Almeida, professora da sala de AEE.

 

"Temos encontros com eles em turno oposto ao que estudam, duas vezes nasemana, e trabalhamos diretamente com o autismo: seja ela de humor ou deinteração com outras crianças. Mas tomamos muito cuidado na hora de apresentaros dois mundos - o real e o que ele vive - para não causar traumas que possamatrapalhar mais ainda o desenvolvimento dele", explica a psicopedagoga.

 

"Quando descobri que meu filho era autista, ele tinha quatro anos deidade. No início, fiquei realmente assustada, porque achei que ele fossesuperdotado, já que lia tudo e falava explicadinho, mas quando levei em umespecialista, descobri que ele era autista", conta Maria Aparecida Maciel, mãede Lucas, que também é atendido na Casa da Amizade.

 

Para ela, o melhor foi estudar mais sobre o autismo, para acompanhar deperto o desenvolvimento do filho. "A aceitação foi o ponto principal dotratamento, porque muitos pais preferem ignorar a situação, achando que é maisdengo da criança, o que não é verdade", continua.

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