Ações da Teixeira Duarte disparam após anúncio da Camargo Correa

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Publicado Quarta, 10 de Fevereiro de 2010 às 09:26, por: CdB

As ações da Teixeira Duarte disparavam 14,45% com o anúncio da venda de sua participação de 22,7% na Cimpor ao grupo brasileiro Camargo Correa.

– O anúncio de hoje revela um acordo a um preço bastante interessante (6,5 euros por ação), com uma venda que tem um impacto significativo numa empresa com a dimensão da Teixeira Duarte – disse João Lampreia, analista no Banco BIG.

A Camargo Corrêa anunciou esta manhã ter chegado a um acordo com a Teixeira Duarte para a compra da participação na Cimpor por 6,5 euros por ação. A Cimpor é alvo de uma oferta hostil por parte da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que oferece 5,75 euros por cada ação da empresa portuguesa, avaliando a cimenteira líder de Portugal em 3,86 bilhões de euros.
A oferta da CSN, apresentada em dezembro, foi rejeitada pelo conselho de administração da Cimpor.

– Quando estávamos no período inicial da oferta pública de aquisição (OPA) da CSN, um cenário agora mais afastado, a Teixeira Duarte já tinha tocado nesses níveis – acrescentou Lampreia.

Paulo Agostinho, operador da GoBulling, afirmou que apesar da probabilidade de sucesso da oferta da CSN ser menor, "se o valor das ações da Cimpor prevalecer abaixo do valor da proposta da CSN, vai haver quem entregue papel na OPA".

As ações da Cimpor caiam 4,75% às 10h05 (horário de Brasília) em Lisboa, cotadas a 5,56 euros.

Acordo

A Camargo Corrêa, após anunciar a compra das ações, afirmou que o acordo prevê que a participação adquirida por ser ampliada em até mais 3% do capital da Cimpor detidos por terceiros. A companhia brasileira afirmou no comunicado que tem "estratégia que permita lançar bases de um projeto industrial sustentado, de longo prazo e de elevada criação de valor para ambas as empresas" e acionistas.

No início do mês, o também brasileiro grupo Votorantim, maior produtor de cimento do Brasil, anunciou que fechou acordo com a francesa Lafarge para ficar com uma participação de 17,3% na Cimpor.

A empresa também obteve acordo com a estatal portuguesa Caixa Geral de Depósitos (CGD), detentora de 9,6% das ações da Cimpor, que estabelece que a Votorantim terá que permanecer como acionista minoritária na empresa portuguesa.

Enquanto isso, a CSN recorreu na véspera ao Cade para paralisar no Brasil os efeitos da compra da participação na Cimpor pela Votorantim. A oferta da CSN, que para ser bem sucedida precisa contar com apoio de 50% mais uma ação da Cimpor, expira em 17 de fevereiro.

A Cimpor é o terceiro maior produtor de cimento do Brasil e a Camargo Corrêa ocupa a quarta posição, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

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