AAA 27 de Agosto de 2011 - 10h25 Na Nicarágua, dirigente da CTB defende agenda contra crise

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Publicado Sábado, 27 de Agosto de 2011 às 14:49, por: CdB

O segundo dia de trabalho do Encontro Sindical Nossa América (ESNA) foi iniciado a partir de uma exposição do secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, João Batista Lemos. O dirigente, que também é vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM) e um dos coordenadores do evento continental, afirmou que a classe trabalhadora latino-americana necessita de uma agenda comum, com o propósito de enfrentar a crise econômica do capitalismo.

Por Fernando Damasceno, no Portal CTB

Batista afirmou que a quarta edição do ESNA já é um evento histórico para o sindicalismo classista na América Latina. No entanto, esse destaque precisa ser traduzido na elaboração de tarefas e desafios para os trabalhadores da região. “Como fortalecer a unidade de ação da classe trabalhadora em nosso continente? Essa é a principal questão deste encontro. Precisamos discutir quais serão nossas principais bandeiras para enfrentar o capitalismo e avançar com a luta pelo socialismo em nosso continente”, afirmou, antes de os delegados se dividirem em três oficinas de debates.

Coube ao dirigente cetebista a coordenação da oficina a respeito da crise econômica do capitalismo e a necessidade de integração regional da classe trabalhadora. Batista afirmou que a crise atual é o desmembramento daquela iniciada em 2008, nos Estados Unidos, e apontou a construção do socialismo, a partir das características de cada país, como solução para o atual cenário. “Não há alternativa intermediária. O problema é estrutural. Antigamente se falava em ‘socialismo ou barbárie’, mas por todo o mundo há sinais claros de situações de barbárie”, alertou.

Cassino mundial

Munido de números, Batista lembrou que a soma dos Produtos Internos Brutos (PIB) de todos os países do mundo é de cerca de US$ 62 trilhões. No entanto, a soma dos valores em circulação, sem qualquer tipo de lastro, já chega a US$ 600 trilhões – “um verdadeiro cassino mundial”, descreveu.

Diante do atual cenário, o dirigente recordou que o mercado financeiro e os governos conservadores têm levado a classe trabalhadora mundial a bancar a conta da atual crise. “Na Europa vemos o desmantelamento do Estado de bem-estar social. Vemos também os trabalhadores com cada vez mais seus direitos reduzidos, por meio de ajustes fiscais”, relatou, antes de lembrar que tais medidas chegaram a receber o respaldo da Confederação Sindical Internacional (CSI).

“O que temos visto é a concentração acentuada do capital, com a exclusão dos trabalhadores”, afirmou Batista, para em seguida destacar, com preocupação, o atual cenário político na Europa: “A direita ganha força a cada eleição, com o respaldo dos movimentos xenófobos e neofascistas. Quando não há perspectiva para a luta, abrem-se espaços para esse tipo de forças”.

América Latina: cenário distinto

Batista entende que está na relação Sul-Sul – da qual os países da América Latina são atores fundamentais – obatista1_esna caminho a ser seguido pelos trabalhadores. “A integração que vem sendo construída pelos governos progressistas da região, a partir das vitórias democráticas, deve servir de exemplo para os antiimperialistas de todo o mundo”, disse.

Diante desse cenário, Batista entende que a classe trabalhadora da América Latina precisa estar na linha de frente dessa luta. Nesse sentido, o papel do 4º ESNA é estratégico, segundo o dirigente, que propôs a criação de uma agenda comum, constituída por três respostas para a crise, elaboradas pelos trabalhadores e trabalhadoras do continente:

1- Avançar na luta pelas transformações sociais, a partir da unidade e do protagonismo político da classe trabalhadora. “No Brasil, esse processo passa pela construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento”, lembrou.

2- Integração como estratégia para novas conquistas, num processo baseada em uma plataforma do trabalho. “Iniciativas como a Alba, a Unasul e a Celac se tornaram uma necessidade objetiva”, sustentou.

3- Internacionalização da luta. “A classe trabalhadora é mundial e não pode ficar isolada em cada país. É preciso estar ao lado dos afircanos, dos europeus e dos povos de todo o mundo em suas lutas”, finalizou.

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