A exposição "A vida que eu quero bordar" homenageia as mulheres

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Publicado Sexta, 09 de Março de 2012 às 10:53, por: CdB

Na noite dessa quinta-feira, 8, as mulheres de várias gerações e profissões marcaram presença na Casa Memorial Régis Pacheco para apreciar a arte do bordado, para debater o papel da mulher na sociedade e também para, ao som da Música Popular Brasileira, celebrar o Dia Internacional da Mulher. 

No evento “A vida que eu quero bordar”, realizado em homenagem às mulheres, elas foram as protagonistas. A trompetista, Juliet Daise, integrante da Filarmônica Municipal Maestro Vasconcelos, iniciou a noite tocando a música “Maria, Maria”, de Milton Nascimento. A professora de Letras e também escritora, Ana Isabel Macedo, ministrou a palestra “A mulher e as letras”, fazendo uma trajetória do gênero feminino pelos tempos. A professora Valéria Viana comentou o filme “Vida Maria”, ressaltando a presença da “cerca”, dos limites impostos pela sociedade.

Contextualizando a exposição, a cantora Tina Rocha cantou “A Linha e o Linho”, de Gilberto Gil, e a professora Zoraide Portela fez uma interpretação da música, comentando que a história do bordado acompanha a das mulheres. O momento de reflexão foi encerrado pela artista Valéria Valério, que também participou da exposição de bordados e declamou “O canto da mulher latino-americana”, de Padre Zezinho.

Mas a noite de homenagem ainda não havia terminado. Os presentes foram convidados a participar de um sarau na parte interna da casa. As cantores e musicistas Geci Brito, Daniela Freitas, Rita Pithon e Tina Rocha se apresentaram acompanhadas dos maestros Carlos Porto e João Omar. 

“Para o Governo Municipal, é importante lembrar a data com um evento tão coletivo, cheio de ideias interessantes, desde as  atrações musicais até as palestras. É importante que estejamos lembrando dessa trajetória de luta num evento como este, que reúne pessoas em torno da cultura e da história”, declarou o vice-prefeito, Ricardo Marques.

Segundo a expositora Valéria Valério, que borda desde os 5 anos de idade, este é um momento de parabenizar as mulheres e falar dos seus sonhos e das suas lutas. “Com os pontos, as linhas e as agulhas, estamos fazendo um alinhavo da história da condição feminina que vai à luta, mas não esquece a delicadeza do ponto a ponto”, disse.

Maria Elisa Lima Teles, 71, começou a bordar com 7 anos de idade e aos 9 anos já se vestia e calçava com o ganho do bordado. “Peguei gosto pela coisa e não quis mais parar. Juntei o útil ao agradável: é uma terapia e também um ganho”, revela. Antigamente, ela fazia encomendas e ministrava cursos. Atualmente prefere dar aulas. Para ela, a iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura foi magnífica. “Porque isso não pode morrer. Os bordados feitos por meio de máquinas não são a mesma coisa daqueles feitos à mão”, explica. 

A cantora Rita Pithon também parabenizou a realização do evento. “Ele agregou várias situações. Foi muito gostoso participar, primeiro porque eu adoro cantar e depois homenagear a mulher, esta entidade que está evoluindo em todas as áreas. Foi um grande prazer estar neste evento”, disse. 

A técnica em enfermagem Maria Teresa Rodrigues é uma apreciadora do bordado e esteve na abertura da exposição. “Está bem organizado e muito bonito. Vale a pena conferir a exposição. É sempre um aprendizado: tem peça aqui que eu nem conhecia”, diz a visitante, que também faz ponto cruz, crochê e vagonite. 

A exposição continua até o dia 19 de março, com trabalhos de dez bordadeiras e de um grupo de frivolité. O evento tem o apoio da loja Pos Ponto. Confira aqui a galeria de fotos.


 
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