A Casa Branca quer melhorar a imagem os Estados Unidos

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Publicado Quarta, 31 de Julho de 2002 às 06:52, por: CdB

A Casa Branca lançou hoje um escritório que ira se dedicar a melhorar a imagem dos Estados Unidos num mundo incomodado com as políticas do presidente George W. Bush, que muitos vêem como uma atitude arrogante americana frente ao sofrimento global. Um instituto baseado em Nova York, o Conselho de Relações Exteriores, exortou a administração Bush a consertar a "instável imagem da América no exterior" antes que sentimentos negativos sabotem interesses dos EUA. "Em todo o mundo, da Europa Ocidental ao Extremo Oriente, muitos vêem os Estados Unidos como arrogantes, hipócritas, preocupados com eles mesmos, só agindo em interesse próprio, e tendo desdém pelos outros", afirmou um relatório do conselho, uma força-tarefa. "Temos de entender e aceitar que problemas de imagem e política externa não são coisas separadas: eles são parte de um todo integrado". O painel sublinhou, entretanto, que Bush não deve mudar suas políticas apenas para tornar a América mais popular. "Temos de comunicá-las, mesmo formulá-las de tal forma que atraia o maior apoio possível", disse um membro da força-tarefa, Henry Grunwald, ex-embaixador americano na Áustria. "Mesmo os maiores impérios da história precisaram do apoio de outros povos". O novo escritório surgiu a partir de uma campanha anterior de informação para amealhar apoio para a campanha militar no Afeganistão e para a luta contra o terrorismo. Assessores de Bush afirmaram que o escritório visa garantir que as mensagens do presidente sejam entregues e, como resultado, promovam melhores relações com aliados. "Vemos sinais em outras nações de que eles não vêem o que o povo americano vê em nosso país", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. "É importante compartilhar informações, ouvir outros países e providenciar informações para que eles possam nos ouvir". Mas é evidente que políticas de Bush, tanto antes quanto depois dos atentados de 11 de setembro, têm alimentado sentimentos adversos no exterior. Sua administração tem repudiado pactos internacionais sobre aquecimento global, sistemas de defesa antimísseis, guerra bacteriológica e tribunal penal internacional. Ele tem irritado muitos aliados com ameaças de lançar uma guerra contra o Iraque e, também, com seu apoio à pena capital. Na semana passada, por exemplo, Bush decidiu não entregar US$ 34 milhões de um fundo populacional das Nações Unidas, alegando que ele promovia indiretamente aborto e esterilização forçada na China. O professor da Universidade de Maryland, Shibley Telhami, disse que pesquisas de atitudes no mundo mostram consistentemente uma crença generalizada de que "os Estados Unidos não projetam empatia em relação ao sofrimento e dor dos outros", particularmente quando se trata do conflito árabe-israelense. "Existem muitas questões que motivam o ressentimento das pessoas. Uma é a política. Há uma percepção de que a América é demasiadamente pró-Israel", afirmou Telhami. "Não existe projeção de empatia com o sofrimento de árabes e muçulmanos quando ele ocorre". Mesmo o rei Abdullah, da Jordânia, destacou num discurso hoje que o mundo árabe vê com profundo cinismo a pressão dos EUA sobre Israel para que faça um acordo de paz. "É pouca a confiança árabe na influência dos EUA", disse ele hoje num discurso no Colorado. O congressista Henry Hyde, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, aplaudiu os esforços da Casa Branca. Ele afirmou que o problema de imagem vem crescendo há muito tempo, não sendo responsabilidade da administração Bush. "As imagens de ódio sem sentido dirigido a nós, têm aparecido nas telas de nossos televisores com uma regularidade enojante. Todo esse tempo temos ouvido pedidos para que algo seja feito. Mas, certamente, o que tem sido feito não é o suficiente". Não há indícios de que o escritório vá promover uma avaliação das políticas que têm incomodado outras nações. Dezenas de milhares de manifestantes antiguerra e antiglobalização saíram às ruas da Alemanha para protestar em

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