Cerca de 70 policiais foram suspensos nesta sexta-feira de seus cargos no noroeste do México dentro de uma investigação que apura denúncias de suborno, ligado à suposta proteção de grupos de narcotraficantes. As autoridades do estado de Sinaloa informaram que a maioria dos agentes suspensos pertence à direção de Segurança Pública Municipal da Prefeitura de Ahome. Informaram também que foram suspensos quatro agentes da Polícia Ministerial do estado.
O governador de Sinaloa, Juan Millán, entregou ao prefeito de Ahome, Mario López, os dados de uma investigação originada de uma denúncia de moradores do local que detalha o funcionamento de pontos de venda de droga nesse município e as patrulhas policiais que recebiam dinheiro em troca de proteção.
O procurador de Justiça do estado, Oscar Fidel González, disse à imprensa que a investigação será por suborno porque "é evidente a recepção de dinheiro para fazer ou deixar de fazer alguma das atividades que como função têm os servidores públicos".
Atualmente, as penas por suborno vão de seis meses a cinco anos de prisão, muito menos que as de crimes igualmente graves, segundo o procurador, como a corrupção de menores, que tem penas de cinco a dez anos.
Por esse motivo, González disse que vai analisar o Código Penal federal para tentar aumentar as sanções e elevar sua categoria à de delito grave sem benefício de liberdade por pagamento de fiança. López destacou que a polícia municipal tem 800 agentes e se comprometeu publicamente a que nenhum dos suspendidos voltará a seu cargo, embora não existam provas suficientes para processá-los.
- Faço o compromisso público que esses elementos serão afastados desse cargo e jamais poderão seguir como membros desta corporação, porque acho que é preciso dignificá-la - disse.
Sinaloa modificou seu Código Penal e de Procedimento Penal para que as autoridades dos Estados pudessem intervir contra o tráfico de drogas, principalmente em caso de venda a menores. Anteriormente, já que o narcotráfico é um crime federal, a investigação correspondia à Procuradoria Geral da República (PGR).
Este estado, onde sete pessoas foram assassinadas nos últimos dias devido a supostos ajustes de contas entre narcotraficantes, é o berço de vários dos principais mafiosos mexicanos. Além disso, Sinaloa é um dos maiores produtores de maconha e papoula do país.