Vitórias e desafios para Bush e os Republicanos

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Publicado Quinta, 07 de Novembro de 2002 às 21:44, por: CdB

Como Ronald Reagan, que foi subestimado por aqueles que qualificavam-no apenas como um ator superficial, o presidente Bush freqüentemente não é levado a sério por seus oponentes, que se preocupam mais com sua sintaxe complicada e seu domínio aparentemente limitado das questões. Mas isso deve ocorrer com menos freqüência após a última terça-feira. As vitórias Republicanas nas eleições de meio de mandato foram notáveis em um contexto histórico. Nenhum outro presidente desde Franklin D. Roosevelt em 1934 havia visto seu partido assumir o controle do Senado e da Câmera após os dois primeiros anos de seu primeiro mandato. O Sr. Bush e seu estrategista-chefe, Karl Rove, desenvolveram uma campanha intensa para o presidente que obteve resultados, especialmente na base Republicana no sul do país. Contudo, a margem da vitória Republicana na Câmara foi relativamente pequena, e no Senado a margem de controle foi garantida por vitórias estreitas em alguns Estados onde os Democratas apresentaram candidatos substitutos: em Minnesota, onde o ex-vice-presidnete Walter F. Mondale substituiu Paul Wellstone, que morreu em um acidente aéreo no mês passado, e no Missouri, onde a senadora Jean Carnahan, que estava buscando terminar o mandato que seu marido, Mel Carnahan (que também morreu em um acidente aéreo dois anos atrás), havia conquistado. Em uma pesquisa da CBS realizada na véspera da votação, apenas 27% dos eleitores afirmaram que seus votos para o Congresso representavam um apoio para o Sr. Bush. A maior parte dos entrevistados, 55%, afirmou que o presidente não seria um fator a ser considerado em seu voto, e 15% sustentaram que estavam votando contra o presidente. Mas se o Sr. Bush favoravelmente influenciou um quarto do eleitorado, esse número representou uma vantagem, em especial em uma disputa tão apertada. O progresso das propostas do Sr. Bush no Capitólio ainda necessita ser comprovado. Em muitas questões, as linhas partidárias não persistem, o que o senador Tom Daschle lamentou, e o presidente possui poucos votos como reserva. Sessenta votos, não 52 ou 53, freqüentemente constituem uma verdadeira margem de controle no Senado. O senador Trent Lott, Republicano do Mississipi, que espera se tornar o líder da maioria, atribuiu a maior parte do crédito das vitórias Republicanas ao Sr. Bush. "Ele colocou seu prestígio em jogo", afirmou o Sr. Lott nesta quarta-feira, "e eu acredito que isso fez uma diferença enorme nas eleições". Tentando parecer corajoso diante de uma derrota contundente, o Sr. Daschle descreveu seus colegas Democratas: "Nós não estamos saindo apenas porque nós perdemos. Nós lutaremos por nossas crenças". Mas com um Republicano popular na Casa Branca, e com os Republicanos com maioria nas duas câmaras do Congresso, quem liderará a luta dos Democratas? A partir de que base de poder? Sobre quais questões?Estas eram os temas mais importantes que se apresentavam para os Democratas diante do fracasso eleitoral desta terça-feira. Não havia respostas rápidas e fáceis. Os sucessos do Sr. Bush na eleição acentuaram o vácuo de liderança no Partido Democrata, o que pode levar os líderes do partido em Washington a perder influência para novos nomes que surgirem. Nesta quarta-feira, o Sr. Daschle foi defendido como um líder perfeito pelo Sr. Mondale. Mas as recriminações estavam agitando o partido, com muitas figuras conhecidas questionando a decisão do Sr. Daschle em contestar o plano do Sr. Bush para o Departamento de Segurança Interna, o que permitiu ao Sr. Bush construir uma campanha que teve como tema a segurança nacional. Esta aproximação apresentou dividendos na Geórgia, por exemplo, onde o representante Saxby Chambliss, um Republicano, venceu o Senador Max Cleland, que havia votado contra o Sr. Bush. O representante Richard A. Gephardt, Democrata do Missouri, que deve deixar seu cargo como líder de minoria na Câmara, afirmou que as memórias de 11 de setembro e o prospecto de guerra con

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