Visita de Bush mobiliza maior esquema de segurança já visto

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Publicado Quinta, 08 de Março de 2007 às 09:20, por: CdB

A presença do presidente norte-americano no Brasil vai paralisar boa parte da capital paulistana. A visita de George W. Bush, a primeira escala da viagem de uma semana à América Latina, incluindo Colômbia, Guatemala, México e Uruguai. A segurança, em São Paulo, reúne 5,4 mil homens das polícias Civil, Militar, Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica, no maior esquema de segurança já montado para um chefe de Estado em visita à metrópole.

O espaço aéreo paulistano será interditado toda vez que o presidente norte-americano se locomover por helicóptero, devido ao temor de eventuais ataques terroristas  e até protestos mais inflamados. A Infraero também pretende alterar as rotas dos aviões, para garantir que nenhuma aeronave sobrevoe os locais onde Bush estiver, até o fim da tarde desta sexta-feira. Embora os itinerários do presidente não tenham sido divulgados, haverá interdições e bloqueios de ruas por toda a cidade, o que deverá se refletir no trânsito já tumultuado de São Paulo.

A coordenação do esquema de segurança foi montado o Comando de Operações de Segurança Integrada, órgão responsável por comandar as ações de Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Civil Metropolitana, Corpo de Bombeiros e Companhia de Engenharia de Tráfego. O responsável pelas operações será o general-de-divisão João Carlos Vilela Morgero, ex-comandante da missão de paz no Haiti e atual comandante da 2ª Divisão de Exército.

Apesar das reservas feitas em três hotéis da cidade, Bush e a sua mulher, Laura, deverão mesmo ocupar a suíte presidencial do hotel Hilton, totalmente fechado para a comitiva presidencial norte-americana. Nos últimos dias, agentes secretos à paisana fizeram incursões por ruas de uma favela ao lado do hotel.

Visita complicada

George W. Bush, em sua visita à América Latina, vai conhecer uma região onde foram eleitos recentemente governos de esquerda e que vive sob a influência do presidente venezuelano Hugo Chávez.

Mas ele busca evitar que a sua presença signifique uma reação ao chavismo, argumentando que o principal objetivo é mostrar que os EUA se preocupam com seus vizinhos.

- É só para dizer que queremos ser seus amigos, e que temos uma política muito forte de melhorar a vida dos outros. Minha viagem é uma chance de dizer aos povos da Colômbia, Uruguai, Brasil, Guatemala e México que os Estados Unidos se importam profundamente com a condição humana - disse Bush à TV colombiana RCN na véspera do embarque.

Questionado sobre a influência de Chávez, Bush não o citou nominalmente, mas disse que os países da região têm o direito de escolher o sistema de governo que desejarem. Afirmou, porém, que considera "um erro" quando as pessoas querem nacionalizar empresas.

Por um lado, Chávez incomoda o governo norte-americano com a chamada "revolução socialista" e com a nacionalização do setor energético. Por outro, distribui bilhões de dólares aos aliados da América Latina.

Já o governo Bush diz ter destinado US$ 1,6 bilhão em ajuda à região no ano passado. Nesta semana, Bush anunciou planos de oferecer mais US$ 385 milhões para ampliar programas habitacionais na América Latina, além do envio do navio-hospital Comfort para atender a 85 mil pessoas.

O Departamento de Estado nega que Bush esteja tentando competir com Chávez, que em setembro enfureceu as autoridades dos EUA ao comparar Bush ao diabo, durante discurso na ONU. O líder venezuelano pretende participar de um protesto contra Bush na Argentina durante a passagem do presidente norte-americano pelo vizinho Uruguai.

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