Vacina contra Aids não surgirá antes de 2009, dizem cientistas

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Publicado Quarta, 18 de Junho de 2003 às 15:41, por: CdB

Uma vacina contra o HIV, vírus que provoca a Aids e infecta 15 mil pessoas por dia em todo o mundo, não estará disponível antes de 2009, disseram especialistas nesta quarta-feira. Seth Berkley, presidente da Iniciativa Internacional para a Vacina da Aids (Iavi, na sigla em inglês), disse que há muitos obstáculos e poucos medicamentos à vista, já que as tentativas mais promissoras falharam nos testes a que foram submetidas. "A data mais próxima para conseguir uma vacina e uma patente é provavelmente 2009. Mas isso se baseia no cronograma atual - afirmou Berkley. Uma ou duas possíveis vacinas começarão a ser testadas em 2004 ou 2005, e esses testes devem levar quatro ou cinco anos, segundo o especialista. - O que fez o mundo até agora para tentar conter esta epidemia? A resposta é virtualmente nada. A única maneira é com a vacina - disse Berkley. O objetivo da Iavi, uma organização sem fins lucrativos criada em 1996, é fazer com que isso aconteça. Um dos problemas do vírus é que, por não ter cura, ele não deixa sobreviventes com anticorpos que possam ser estudados. Outro obstáculo é que o vírus varia de região para região, o que dificulta os testes mundiais. - Não sabemos se precisamos de uma só vacina, de um coquetel de vacinas ou de outra coisa - disse Wayne Koff, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Iavi. De acordo com ele, os principais laboratórios do mundo estão demorando a agir, porque lhes falta o incentivo financeiro nos países subdesenvolvidos, onde a epidemia é mais grave. A exceção, diz ele, são os laboratórios Merck e Aventis, que estão desenvolvendo uma das seis drogas nas quais a Iavi mais deposita esperanças. A primeira tentativa de desenvolver a vacina, feita pela empresa norte-americana VaxGen, fracassou em fevereiro, após três anos de testes, que custaram cerca de 150 milhões de dólares. Mesmo uma vacina considerada aprovada pode ter eficiência inferior a 40 por cento, suficiente para diminuir o ritmo da epidemia e melhorar a eficácia de outros medicamentos. - Achamos que o próximo avanço importante será encontrar algo que funcione um pouquinho, então os demais (pesquisadores) poderão seguir adiante - disse Koff.

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