União Europeia quer, até 2050, eliminar das cidades carros a gasolina e a diesel

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Publicado Segunda, 28 de Março de 2011 às 09:41, por: CdB

da BBC Brasil

Brasília - A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), propôs hoje (28) que, até 2050, todos os carros a diesel e a gasolina sejam eliminados das cidades do 27 países que integram o bloco. O comissário de Transportes do bloco, Siim Kallas, também elaborou planos para migrar para o transporte ferroviário metade das chamadas jornadas de distância média – a partir de 300 quilômetros – feitas atualmente por automóveis.

Kallas sugeriu ainda corte de 40% nas emissões de carbono promovidas pelo transporte de cargas e o maior uso de combustíveis verdes na aviação. As metas fazem parte do relatório Transporte 2050, apresentado pela Comissão Europeia em Bruxelas.

De acordo com Kallas, o objetivo final do plano de metas é cortar em 60% as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa originárias do setor de transportes e reduzir a dependência do petróleo importado. Para isso, a União Europeia necessitará de uma rede mais ampla e funcional de corredores de transporte, incluindo conexões de trem entre os principais aeroportos do bloco, e a modernização e a integração do sistema de controle do tráfego aéreo.

A União Europeia informou que pretende se tornar líder mundial em segurança de transportes aéreos, ferroviários e marítimos. Segundo Kallas, as medidas não pretendem coibir a mobilidade dos viajantes europeus. “A crença de que você precisa reduzir a mobilidade para combater a mudança climática não é verdadeira”, disse o comissário.

Kallas acrescentou que “podemos quebrar a dependência de petróleo do setor de transportes sem sacrificar nossa eficiência ou comprometer a mobilidade. A liberdade de viajar é um direito básico de nossos cidadãos. Reprimir isso não é uma opção”.

Porém, as propostas da Comissão Europeia já são alvo de críticas. O ministro adjunto britânico dos Transportes, Norman Baker, rejeitou a ideia de banir os carros nos centros urbanos. “É correto que a União Europeia estabeleça metas de alto nível para a redução das emissões de carbono, mas não é correto que ela diga como isso deveria ser feito nas cidades”, disse ele.

Baker defende a adoção de outras medidas, como a promoção de veículos elétricos e de bicicletas, em vez da restrição aos automóveis. Para Richard Dyer, da organização não governamental Friends of the Earth, as propostas de Kallas são bem-vindas, mas falta esclarecer quais investimentos em transporte público serão feitos para concretizá-las.

“Abandonar carros movidos a combustíveis fósseis é uma boa [medida], mas, apesar dos anúncios que rendem boas manchetes de jornais, falta ambição aos planos [da União Europeia] de redução de emissões”, disse.

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