Menos de 24 horas após o fechamento do Posto de Saúde Nagib Saliba - situado no coração da Favela da Pedreira Prado Lopes, tradicional reduto do tráfico de drogas da capital - em virtude de um atentado de traficantes contra uma funcionária, que quase foi baleada na perna, a Polícia Militar descobriu, às 3h da última terça-feira, um pequeno arsenal enterrado em um lote vago da favela.
No local, na Rua Serra Negra, os militares desenterraram duas submetralhadoras calibre nove milímetros, duas escopetas calibre 12, três revólveres - dois calibre 38 e um calibre 22 -, uma garrucha calibre 22, quase 300 cartuchos de munição - dos calibres nove milímetros e 12 - e até mesmo uma granada de gás lacrimogênio.
A apreensão do arsenal deixa ainda mais acuados os funcionários do posto de saúde da Pedreira Prado Lopes, que não ainda não tem data para ser reaberto.
Na avaliação dos militares, as peças desse arsenal são 'alugadas' de uma quadrilha para outra durante o planejamento de assaltos e outros crimes na capital, fato cada vez mais comum.
O 'pagamento', nesses casos, sai do dinheiro obtido com o assalto. Esse também pode ser o emprego de outro pequeno arsenal apreendido pela PM horas depois, no início da manhã de ontem, no Bairro das Indústrias, Região Oeste da capital.
Curiosamente, militares descobriram mais armas enterradas em um lote vago da Rua Padre Luiz Carlos. No local, foram apreendidos uma submetralhadora calibre nove milímetros, uma escopeta calibre 12 e três revólveres calibre 38. As duas apreensões, segundo a PM, foram realizadas com a ajuda de informantes infiltrados entre os criminosos.
O armamento estava envolto por lonas. Apesar da semelhança, os militares descartam, inicialmente, ligação entre os dois episódios.
Na apreensão do arsenal na Pedreira Prado Lopes, realizada por militares do Batalhão de Ronda Tático- Móvel (Rotam), foi detido um homem identificado como Juliano Muhamed, apontado com o responsável pelas armas. O acusado nega o fato e não tem antecedentes criminais.
Os acessos à Pedreira Prado Lopes foram cercados até que as escavações na Rua Serra Negra fossem concluídas. As armas e a munição estavam enterradas a pouco centímetros da superfície, em vários pontos do lote vago.
As duas submetralhadoras estavam juntas em uma mesma cova, o mesmo acontecendo com as duas escopetas. A munição - 276 cartuchos, segundo a PM - também estava toda em uma única cova. A operação foi comandada pelo coronel José Anísio Moura, do Batalhão Rotam.
Na outra apreensão de armas registrada ontem, no Bairro das Indústrias, as armas estavam enterradas em covas separadas em um lote vago. Além das armas, foram presos oito homens e apreendidos equipamentos eletroeletrônicos.
Conforme a PM, todos os acusados ocupavam um barracão, situado ao lado do lote, no momento do cerco policial. Os equipamentos eletroeletrônicos, ainda de acordo com a PM, teriam sido obtidos em roubos. Os oito acusados negaram ser proprietários das armas apreendidas e também qualquer envolvimento em assaltos.
Rio de Janeiro, Segunda, 18 de Março de 2024
Um arsenal é descoberto em favela de Minas Gerais
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Publicado Terça, 07 de Outubro de 2003 às 22:10, por: CdB
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