Turquia suspende acordos comerciais com Israel

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Publicado Terça, 06 de Setembro de 2011 às 10:16, por: CdB

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira que a Turquia estava "suspendendo totalmente" os laços da indústria de defesa com Israel, depois de rebaixar as relações diplomáticas com o Estado judaico.

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O premiê também afirmou que a Turquia iria implementar novas sanções contra o país e, referindo-se ao leste do Mediterrâneo, disse que os navios turcos "serão vistos com mais frequência naquelas águas". -Estamos suspendendo completamente laços comerciais, militares e aqueles referentes à indústria da defesa, disse o premiê. Segundo ele, esta etapa do processo de desvinculação política de Israel será seguida de diferentes medidas. Erdogan afirmou, em entrevista a jornalistas em Ancara, capital da Turquia, que poderia visitar a Faixa de Gaza e  que a decisão sobre a viagem seria tomada após negociações com o Egito. Ele pretende ir ao Cairo ainda neste mês. Clima tenso Ministro turco de Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu também afirmou, nesta terça-feira, que Israel deve pagar por seus atos ilegítimos contra o direito internacional, ao condenar um relatório sobre o ataque sionista à flotilha da Liberdade. Davutoglu referiu-se à medida de seu governo de expulsar o embaixador israelense e de reduzir ao mínimo suas relações diplomáticas com Tel-Aviv, em protesto pelo relatório do assalto ao barco turco Mavi Marmara em maio de 2010 que causou nove mortos entre ativistas humanitários. Turquia, segundo o diplomata, considera inaceitável o enfoque que qualifica de "excessiva e não razoável" as mortes e lesões provocadas, já que não se trata de um simples crime, sublinhou em declarações reproduzidas pela agência estatal Anadolu. Ancara considera que Israel perdeu a oportunidade de pedir desculpas pelo horrendo ataque da flotilha, que conduzia ajuda humanitária à faixa de Gaza, bloqueada por mar e terra desde junho de 2007. O chefe da diplomacia turca disse que as demandas de seu país são conhecidas e suas relações com Israel voltariam à normalidade se ditas condições se cumprissem. A medida inclui também a suspensão da cooperação bilateral no terreno militar, medida tomada pelo governo por contra do incidente com um de seus fortes aliados na região e por pressões da opinião pública interna. O relatório "Palmer" (da ONU) também afirma que o bloqueio desumano contra Gaza é legítimo. A Turquia, naturalmente, não pode e não aceita esse enfoque, assegurou o chanceler, ao sublinhar que Ancara dá por inexistente essa avaliação dos fatos, favorável a Israel. Advertiu, que por outro lado, esse tipo de critério prejudica o funcionamento das Nações Unidas e a credibilidade do painel de especialistas internacionais. Davutoglu adiantou a que o governo turco está decidido a levar esse assunto às autoridades internacionais. Argumentou que com o atentado perpetrado contra o navio Mavi Marmara o governo de Tel-Aviv violou as leis internacionais e o valor do direito humanitário. Nenhum Estado está acima das leis. O mundo está mudando. Atos como massacrar civis e cometer crimes contra a humanidade, tarde ou cedo serão julgados nos tribunais de justiça, enfatizou Davutoglu. O presidente Abdullah Gul declarou nesta sexta-feira que os comentários do ministro de Exteriores refletem a posição do Estado turco. – Disse que as medidas foram adotadas antecipadamente, mas em um esforço para dar oportunidade a alguns países aliados e com boas intenções e esforços, esperamos até hoje – afirmou. Gul advertiu que as ações constituem um primeiro passo, em espera da evolução dos acontecimentos e da postura de Israel.

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