Até 10 mil crianças da Província de Aceh, devastada pelo tsunami de dezembro, estariam procurando por seus pais, disseram na terça-feira a Organização das Nações Unidas (ONU) e agências de ajuda.
A cifra representa cerca de 2,5% das 400 mil pessoas que perderam suas casas na parte norte da ilha de Sumatra, atingida por ondas gigantescas no dia 26 de dezembro depois de um grande terremoto submarino.
Mas o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse que o número de jovens vivendo longe de qualquer parente ou sem apoio de um adulto pode ser muito menor que o inicialmente projetado.
- Na verdade, isso é muito difícil de dizer. Podemos apenas apresentar estimativas - afirmou Frederic Sizaret, diretor da área de proteção à criança do Unicef a respeito do número de menores de idade afastados de seus pais em Aceh.
Em um comunicado, o Ministério de Assuntos Sociais da Indonésia estimou essa cifra, na terça-feira, em 10 mil. O Unicef disse que, segundo seus cálculos, o número chegaria no máximo a 8.000.
No mesmo dia, sete semanas depois de o tsunami ter deixado mais de 240 mil mortos ou desaparecidos na Província, autoridades da Indonésia e do Unicef conseguiram reunir um garoto de 9 anos e seus pais. Segundo as autoridades, o garoto, Iwan, reconheceu sua casa, destruída, durante uma viagem pelas cercanias de Banda Aceh, capital de Aceh.
Das 700 crianças registradas como tendo perdido seus pais, entre 50 e 60 estavam completamente sozinhas, sem qualquer apoio de um adulto que conhecessem antes do desastre.
Mais de 170 crianças haviam ingressado em um banco de dados e tentavam encontrar seus pais.
- Aboa coisa aqui é que a família é geralmente ampla. Então, sempre há um primo ou um parente em algum lugar que pode ser encontrado. Acho, portanto, que a maior parte das crianças acabará achando algum parente - disse Sizaret.
O tsunami teve um grande impacto sobre as crianças da região e, segundo o Unicef, até metade das vítimas seriam dessa faixa etária.