Tropas americanas enfrentam resistência organizada em Fallujah

Desde a semana passada, quando o comando americano quadruplicou sua presença militar aqui, diariamente as tropas vêm sofrendo emboscadas, ataques com granadas, com fuzis automáticos ou minas. As forças americanas não sabem exatamente quem é seu oponente. Os combatentes inimigos que eles mataram não portavam identificação, e os locais forneceram poucas informações sobre quem estaria por trás dos ataques. Mas uma coisa é clara. As tropas americanas estão combatendo uma força pequena, mas determinada, que possui um sistema de comando primitivo, mas efetivo. Este sistema usa foguetes de sinalização vermelhos, azuis e brancos para sinalizar o avanço das tropas americanas. A ameaça não vem de ataques ocasionais. As forças americanas estão enfrentando uma resistência organizada que ganha vida durante a noite. O soldado William Fernandez experimentou as táticas do inimigo enquanto estava em patrulha na noite de domingo. A patrulha era composta por tropas da Guarda Nacional de Massachusetts e Rhode Island que servem na Task Force Enforcer, a unidade de polícia militar aqui. Fernandez, que na vida civil é engenheiro da computação, estava operando o rádio. Quando ele viu um sinalizador vermelho ele sentiu que a patrulha seria atacada. Subitamente, uma granada explodiu diretamente atrás da coluna de seis Humvees, um ato que teve como objetivo levar os americanos para a zona de ataque. Os disparos de fuzis automáticos surgiram de vários edifícios. Os americanos responderam e deixaram a área em poucos minutos. A maior parte dos Humvees tinha buracos de balas. Mas os soldados não foram feridos. "Esta é uma mini-guerra", Fernandez disse. Os oficiais militares não sabem se os ataques em Fallujah são coordenados por um grupo ou se há várias facções envolvidas. E não se sabe se ex-membros do Baath estão pagando os locais para que estes combatam os americanos ou se os ataques estão sendo instigados por árabes de outros países. Mas o que se mostra evidente é que alguns ataques são premeditados e envolvem a cooperação entre pequenos grupos de combatentes, incluindo-se um sistema que sinaliza a presença de tropas americanas. As autoridades iraquianas insistem que os ataques estão sendo realizados por "estrangeiros" que chegam a Fallujah e atacam durante a noite. Há dificuldades para se comprovar essa teoria. Mas há um padrão claro indicando que muitos dos ataques são coordenados. Os inimigos usam sinalizadores coloridos para sinalizar a aproximação das tropas americanas e aparentemente para informar o tipo de formação - uma poderosa coluna blindada ou os mais vulneráveis Humvees - que está chegando. Um sinalizador vermelho, indicam os soldados, avisa que as tropas em breve estarão dentro do alcance de tiro. Algumas pessoas acendem luzes nos edifícios para mostrar que as tropas dos EUA estão avançando.