Timor Leste tornou-se membro da ONU

O Timor Leste, mais novo país independente do mundo, tornou-se nesta sexta-feira o 191º membro da ONU. Analistas afirmam que trata-se de uma realização importante para um país empobrecido, onde o conflito sangrento pela independência durou aproximadamente 30 anos. A Assembléia Geral da ONU aprovou o Timor como novo membro por aclamação, em vez de uma tradicional votação. O presidente do país, Xanana Gusmão - um poeta de 55 anos que passou sete anos na prisão por causa de suas atividades pró-independência -, foi recepcionado por representantes de outros 190 países-membros e pelo secretário-geral, Kofi Annan. Triunfo A entrada do Timor foi proposta à organização por uma resolução apresentada pelo primeiro-ministro português, José Manuel Durão Barroso, que disse à assembléia que o Timor Leste era "um triunfo do espírito humano." Mas enquanto uma delegação de membros importantes do governo compareceu à cerimônia na ONU, em Nova York, não há planos para uma comemoração no Timor. Cidadãos timorenses comuns se disseram decepcionados por não ter sido organizada uma comemoração popular. "Estamos orgulhosos deste dia, e achamos que isso merece uma comemoração", disse Gabriel da Costa, de 55 anos. Mas um oficial das Nações Unidas na capital do Timor, Dili, disse que a admissão pela ONU não parece ter muita importância para a maior parte da população, diferentemente da declaração de independência. Independência O Timor declarou oficialmente sua independência da Indonésia em maio, depois de três anos sob a administração transitória da ONU. Desde então, a ONU reduziu significativamente seu pessoal no país, mas ainda mantém uma missão de apoio ao novo governo. A decisão pela independência foi tomada em 1999, por intermédio de um plebiscito popular. A Indonésia havia ocupado o Timor Leste em 1975, quando os colonizadores portugueses deixaram a região.