Testemunhas se contradizem em depoimentos sobre Cássia Eller

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Publicado Quinta, 03 de Janeiro de 2002 às 00:22, por: CdB

O chefe da portaria do edifício onde morava Cássia Eller, Ademir Nascimento dos Santos, disse ontem à polícia acreditar que a cantora tenha passado a noite de sexta para sábado em companhia da amiga que, de manhã, a levou ao hospital. A amiga é a percussionista da banda de Cássia, Lan Lan. Segundo a família da cantora, que morreu na noite do sábado, Lan Lan foi chamada por Cássia por volta das 9 horas da manhã. Santos afirmou que nenhuma visita chegou à casa de Cássia no sábado e que a cantora parecia bem quando deixou o prédio. "Por volta das 9h30 ou 10 horas, ela saiu no carro com uma moça que eu não conheço. Entregou a chave da casa a um colega meu, para entregar à mãe dela, que ia chegar, desejou feliz ano-novo e nunca mais voltou. Ela saiu numa boa, estava bem. Era uma pessoa brincalhona, animada", disse Santos, ontem, depois de prestar depoimento na 10.ª Delegacia de Polícia, em Botafogo, na zona sul do Rio. Cássia, que não dirigia, saiu da garagem do edifício Beverly Hills, no Cosme Velho (zona sul), no banco do carona de um Golf azul, dirigido por Lan Lan. Só as duas estavam no carro, segundo afirmou Santos. Essa versão, contudo, é diferente da apresentada no depoimento de outro porteiro. José dos Santos Parente informou que Cássia chegou em casa por volta das 10 horas, acompanhada de uma amiga, saindo meia hora mais tarde. As dúvidas, agora, são se Cássia saiu por volta das 9 horas, voltou em casa e saiu de novo para ir ao hospital ou se passou a noite fora. Por determinação do delegado titular da 10.ª Delegacia de Polícia, Antônio Calazans, foi aberto ontem inquérito para apurar a morte de Cássia Eller. Segundo os depoimentos, já se sabe que entre 10h30 e 11 horas do sábado a cantora e percussionista Lan Lan estavam acompanhadas de uma terceira pessoa. O jornaleiro Rizieri Guida, que tem uma banca ao lado da Casa de Saúde Santa Maria, onde Cássia foi atendida e morreu à noite, também prestou depoimento à polícia ontem e revelou ter visto a cantora chorando muito, caminhando para longe da clínica, amparada por duas moças que pareciam ser suas amigas. "As moças pediam que ela reagisse, mas ela não falava, ficava de cabeça baixa e parecia não querer entrar no hospital. Um médico veio ver o que estava acontecendo, porque na mesma hora tinha havido uma batida ali perto. Ela estava mal, chorava, ia no sentido contrário ao do hospital. Depois, ela passou com as duas amigas a caminho da clínica", contou o jornaleiro. Os policiais ouviram ontem mais duas testemunhas, o porteiro José Francisco Camilo da Silva, que trabalhou na tarde de sexta-feira, mas não viu Cássia entrar ou sair, e o frentista João Waldir Ferreira, funcionário de um posto de gasolina vizinho à casa de saúde. Waldir também viu Cássia andando nas imediações da clínica.

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