Terminou sem acordo a reunião realizada entre a tarde e a noite desta terça-feira entre representantes do Metrô de São Paulo e funcionários, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Os metroviários entraram em greve à 0h desta terça-feira para reivindicar reajuste salarial.
Uma audiência está marcada para ocorrer na próxima quarta-feira no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília. Os metroviários se reúnem ainda nesta terça-feira para decidir se a paralisação continua.
Esta é a primeira paralisação do sistema neste ano. Cerca de 2,6 milhões de pessoas são transportadas diariamente pelo metrô.
Propostas
O TRT fez três propostas, mas nenhuma foi aceita pelo Metrô. Foi marcada para o dia 23 uma nova audiência no tribunal, independente da audiência no TST.
Uma das propostas previa o reajuste imediato de 14%, mais 4% em novembro, sobre o salário de 30 abril de 2003, data-base da categoria, mais dois abonos: de 8% em agosto e 8% em fevereiro do próximo ano.
A outra proposta previa reajuste imediato de 10%, mais 5% em outubro e 3,36% em abril de 2004. A última opção rejeitada previa reajuste imediato de 14%, mais 2% em novembro e 2% em abril do próximo ano.
Impasse
Os metroviários reivindicam reajuste salarial de 18,13%, conforme determinação do TRT em 29 de maio. A Companhia do Metropolitano se recusou a conceder aumento e recorreu da decisão da Justiça regional ao TST.
A empresa alega que, com o reajuste, 82% de sua receita ficará comprometida com a folha de pagamento.
Na última segunda-feira, o juiz João Carlos de Araújo, do TRT, determinou, liminarmente, a manutenção de 80% do funcionamento do metrô nos horários de menor movimento e 100% nos horários de pico, durante a paralisação – medida que não foi acatada.
Segundo o tribunal, o descumprimento da manutenção do transporte acarretará multa diária de R$ 200 mil.
Trânsito
A paralisação causou o 2º maior índice de congestionamento do ano no período da manhã. Às 9h30, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 122 km de vias com problemas. Um quilômetro a menos do recorde, ocorrido em 8 de abril por causa da greve de ônibus.
O rodízio de veículos foi suspenso, o que contribuiu para o aumento do número de carros nas ruas.
Zona azul
A CET também liberou a zona azul e a faixa solidária – montada em pista sentido contrário, para veículos com mais de um ocupante. Mesmo quem está sozinho no carro pode usar a faixa solidária.
Já as faixas exclusivas e os corredores de ônibus não podem ser utilizados por carros e motos, assim como o estacionamento na rua onde há placas alertando sobre a proibição.