Ted Kennedy acusa Bush de flertar com desastre nuclear

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Publicado Terça, 22 de Junho de 2004 às 07:05, por: CdB

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deixou para trás os anos de esforços norte-americanos para deter a disseminação de armas nucleares e fez do mundo um lugar mais perigoso, disse um dos principais senadores oposicionistas do país nesta terça-feira.

O senador Edward Kennedy, do partido Democrata, classificou os últimos quatro anos da política nuclear de Bush de um "flerte constante com o desastre nuclear", que rejeitou "meio século de sucesso" nos esforços de conter a disseminação das armas atômicas e nas medidas para o desarmamento.

Em seu discurso, Kennedy acusou o presidente Republicano de "encorajar nova corrida armamentista, negligenciar o controle de armas, ignorar os avanços realmente ameaçadores na área de armas nucleares na Coréia do Norte e no Irã e ignorar os materiais nucleares que já poderiam estar disponíveis para terroristas".

Kennedy disse que o foco sobre o Iraque da atual administração e seu rechaço a trabalhar em conjunto com outros países "representaram um sério revés em nossa política de não-proliferação" e pode muito bem ter tornado os terroristas da Al Qaeda mais determinados a encontrar um modo de lançar um ataque nuclear contra a América".

O governo Bush fez pouco para impedir os cientistas paquistaneses de vender segredos nucleares, afirmou Kennedy, enviando a seguinte mensagem ao mundo: "Se você for um país amigo, não será punido por negociar com armas nucleares. Se você for o Iraque, será punido, tenha ou não armas nucleares".

O senador afirmou também que o presidente norte-americano está minando os esforços de controle de armas ao desenvolver novas categorias de armamentos, como "mini-bombas nucleares" e bombas de penetração subterrânea para acabar com bunkers.

"Estamos tentando convencer o mundo a 'fazer o que dizemos, mas não o que fazemos'. Poucos países vão se curvar a isso", acrescentou. "Há poucas dúvidas de que esses novos tipos de armas vão detonar uma nova corrida armamentista".

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