A consultoria Deloitte, administrador judicial da Varig, divulgou nota nesta terça-feira pela manhã, na qual descarta a necessidade de a proposta apresentada pelo grupo Docas, do empresário Nelson Tanure, para a compra do controle acionário da Fundação Ruben Berta Par, proprietária da companhia, ser analisada pelos credores da empresa aérea.
A forma como a proposta foi apresentada, ou seja, diretamente à Fundação e não à Varig, impede que os credores da companhia possam vetar o negócio. De acordo com o signatário da nota, Luiz Alberto Fiore, os credores somente poderão interferir, ainda assim de maneira indireta, se o novo controlador alterar os planos traçados para contornar a falência da Varig.
Marcada para a manhã desta terça, a assembléia de credores da Varig foi adiada para o dia 19. O motivo alegado foi a falta de quórum a assembléia, mas a data coincide com o prazo final estipulado junto à empresa aérea portuguesa TAP, que ainda disputa o controle das subsidiárias Varig Log (transporte de cargas) e VEM (engenharia e manutenção).
Tanure, que arrenda os diários Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil, ofereceu por US$ 139 milhões pelas subsidiárias, mais do que o dobro da proposta inicial da TAP, que garantiu US$ 62 milhões.
Presidente da Varig, Marcelo Bottini disse a jornalistas, nesta terça, que a escolha de Tanure aconteceu devido ao valor maior da oferta e por se tratar de um empresário brasileiro.
– Tem o valor substancialmente maior do que o oferecido pela TAP no início, é um empresário brasileiro, isso tudo pesa, mas basicamente do ponto de vista financeiro o que contou foi o valor – disse.