Suzane von Richthofen cumpre pena em casa

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Publicado Segunda, 29 de Maio de 2006 às 08:53, por: CdB

Ré confessa do assassinato dos pais em 2002, Suzane von Richthofen, de 22 anos, foi beneficiada por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça e passará a cumprir prisão domiciliar. A acusada aguarda, nesta segunda-feira, a chegada do alvará para deixar o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, 175 km a noroeste de São Paulo.

Até as 11h30, o alvará não havia sido apresentado, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Suzane deverá ficar na casa de Denivaldo Barni, que foi seu tutor legal até completar 21 anos.

No domingo (28), o advogado Mário Oliveira Filho disse que ela não foi libertada no fim de semana porque houve "má vontade" do juiz Richard Francisco Chequini em assinar o alvará que autoriza a liberação.

-  O juiz teve a decisão do STJ na mão na sexta-feira e não assinou. Houve má vontade. Disseram que não havia o endereço da prisão domiciliar no ofício, mas o endereço do domicílio sempre foi a casa do Barni e isto sempre esteve nos autos  -disse.

Logo que sair da unidade, Suzane deverá participar de uma audiência onde serão definidas as regras da prisão --como eventuais horários em que ela poderá deixar o local. O juiz deverá decidir ainda se Suzane ficará sob vigilância policial. Para especialistas, a possibilidade é remota.

Liberdade

Não é a primeira vez que Suzane deixa o sistema penitenciário. Em junho de 2005, o mesmo STJ concedeu a ela o benefício da liberdade provisória que, posteriormente, foi estendido aos supostos cúmplices dela no crime, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

Em abril deste ano, Suzane voltou a ser presa por decisão do juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo. O magistrado entendeu que a liberdade dela representava um risco para o irmão, Andreas, com quem Suzane disputa a administração dos bens da família.

O novo mandado de prisão foi expedido em meio à polêmica provocada por uma entrevista concedida por Suzane ao <i>Fantástico</i>, da Rede Globo. Nela, segundo o próprio programa, Suzane aparece sendo orientada por seus advogados a chorar e demonstrar fragilidade diante das câmeras.

Para o ministro do STJ, entretanto, a segunda prisão foi idêntica à primeira e não poderia ter sido decretada já que uma instância superior havia decidido por conceder liberdade provisória à ré. Para Naves, a nova prisão "agravou ainda mais o excesso de tempo da prisão provisória", argumento que havia sustentado a soltura de Suzane.

No pedido que culminou na concessão da prisão domiciliar - concedido em decisão liminar pelo ministro Nilson Naves - a defesa de Suzane alegava que, enquanto ela esteve livre, "respondeu a todas as expectativas sociais de um comportamento ajustado" e negavam que ela tivesse representado uma ameaça "a qualquer um".

<b>O assassinato</b>

Os pais de Suzane, Manfred e Marísia, foram surpreendidos enquanto dormiam em casa, no Brooklin (Zona Sul de São Paulo) e golpeados com bastões, ainda na cama, em outubro de 2002.

O julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos está marcado para o próximo dia 5 de junho.

Porém, os advogados de Suzane devem se reunir nesta semana com o juiz do caso, Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, para pedir que ela não seja julgada na mesma data que os irmãos.

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