Suspensa ajuda da Vale aos índios do Pará

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Publicado Terça, 31 de Outubro de 2006 às 08:22, por: CdB

A Companhia Vale do Rio Doce anunciou nesta terça-feira que está suspensa a ajuda a comunidades indígenas da etnia xicrin, das aldeias Cateté e Djudjêkô (em Parauapebas e Água Azul do Norte, no Pará). A medida foi tomada depois do prejuízo causado durante a ocupação das instalação da empresa em Carajás (Pará).

A empresa publicou uma nota em que diz que a Vale não negociará com comunidades que usem meios ilegais para fazer com que a companhia aceite determinadas exigências "nem cederá a chantagens de qualquer espécie".

A Vale declara que contribui com cerca de R$ 9 milhões por ano para as comunidades indígenas, conforme acordo fechado em junho. Já os índios dizem que este valor não corresponde à realidade e que são repassados R$ 4 milhões anuais a título de direitos indenizatótios permanentes.

No último dia 17, aproximadamente 200 índios teriam ocupado as instalações da Vale com arcos, flechas e bordunas, e paralisado a produção. A empresa diz que deixou de embarcar 650 mil toneladas de minério de ferro nos dois dias de paralisação, o que causou um prejuízo de US$ 10 milhões, além de danos materiais.

Segundo a Vale, no momento da ocupação, estavam presentes no local 3.000 dos 15 mil funcionários da empresa. Os índios teriam tomado as chaves dos ônibus que levariam 600 funcionários para casa e os mantido reféns por duas horas.

Ainda de acordo com a empresa, os índios danificaram equipamentos, furtaram objetos pessoais de trabalhadores e saquearam o restaurante. Os índios garantem que a invasão foi pacífica e negam a depredação do patrimônio.

Uma ação indenizatória será movida devido aos prejuízos. Executivos da empresa vão conversar com representantes de índios e da Funai nesta segunda-feira em Brasília para tratar do assunto. Segundo a Vale, o caso será denunciado à Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em nota a empresa afirmou que é chegada a hora de o Estado definir e implementar políticas de apoio ao desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas em todo o território brasileiro. - As empresas privadas não podem mais conviver com ilegalidades promovidas por índios, que vêm lançando mão de ações que podem ser caracterizadas como crime de cárcere privado, roubo, extorsão, dano, invasão de estabelecimento industrial, formação de quadrilha, perigo de desastre ferroviário e desobediência", afirma.

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