Soldado americano é condenado a prisão perpétua no Japão

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Publicado Sexta, 02 de Junho de 2006 às 08:08, por: CdB

Um membro da Marinha americana foi condenado, nesta sexta-feira, no Japão pelo assassinato de uma mulher japonesa na cidade portuária de Yokosuka, ao sul de Tóquio.

William Reese, 22, tripulante do porta-aviões Kitty Hawk, confessou ao Tribunal provincial de Yokohama ter agredido Yoshie Sato, 56, mas garantiu que sua intenção não era matar a vítima, segundo a agência de notícias Kyodo.

O juiz Masazo Ogura afirmou que "o acusado gastou seu dinheiro em bebidas e matou a vítima com a intenção de roubar seu dinheiro", e julgou que "seus atos foram extremamente egoístas, mostrando indiferença pela vida de uma pessoa".

- O crime de um soldado dos EUA impressionou seriamente e semeou o medo entre as pessoas que vivem perto da base americana - acrescentou.

A Promotoria acusou Reese de assassinato em 3 de janeiro e pediu a prisão perpétua. Segundo o relatório da acusação, o soldado americano tentou, sem sucesso, roubar a bolsa de Sato na rua e depois a forçou a entrar em um edifício próximo, onde bateu nela durante 10 minutos.

<b>Fuga</b>

Reese foi acusado também de roubar 15 mil ienes e de fugir da cena do crime. Ele foi detido pela Polícia japonesa quatro dias depois.

Segundo a promotoria, Reese disse aos investigadores que queria dinheiro para beber.

Os advogados da defesa disseram que o marinheiro não tinha a intenção de matar a mulher, mas não negaram que ele sabia que podia causar a sua morte.

O acordo estatutário sobre as Forças Armadas entre Japão e EUA não obriga o Exército americano a entregar os suspeitos antes que haja acusações formais contra eles. No entanto, em 1995, o governo americano aceitou entregar à justiça japonesa os suspeitos de crimes graves, como Reese. É a primeira aplicação desta exceção.

Os EUA mantêm no Japão 44.590 soldados. Quase dois terços do contingente estão em Okinawa, no extremo sul do país. Nas povoações próximas às bases, instaladas desde a 2ª Guerra Mundial, existe uma forte rejeição à presença militar americana, alimentada por casos de militares julgados por estupro.

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