A sociedade de Aceh reclama estar presente nas conversações de paz entre o Movimento para a Libertação de Aceh (GAM) e o governo indonésio, embora esperem que as negociações políticas não obstaculizem a missão humanitária.
- Mantiveram um diálogo durante quase três anos que terminaram em nada, só violência. Têm que mudar a estratégia. Têm que incluir mais representantes e assim escutar mais vozes sobre a solução do conflito. - disse o teórico acehnense Syaifudin Bantasyam, segundo difunde o jornal The Jakarta Post.
Já Otto Syamsudin, um porta-voz do Grupo de Trabalho de Aceh, associação que reúne a maioria de organizações indonésias que trabalham nessa província, declarou à EFE em Jacarta que "as ONG reclamam um diálogo múltiplo no qual se envolva as mulheres, os líderes religiosos, organizações civis e intelectuais".
Apesar disso, Syamsudin destacou também que neste momento o mais importante é que todos contribuam para "a recuperação de Aceh e a superação do trauma", em referência ao maremoto e ondas gigantes que afetaram a província do extremo norte da ilha de Sumatra.
Syamsudin opinou que a nova rodada de conversações, que acontecerá em Helsinque a partir de 21 de fevereiro, pode ter resultados positivos, enquanto ressaltou que é importante que Governo e rebeldes tenham decidido reunir-se outra vez.
No entanto, a rejeição de Jacarta a um referendo de independência e a aposta pela ofensiva armada por parte de líderes do exército põe em interdição a possibilidade de alcançar uma solução política em breve.
A província de Aceh, que sofre um conflito separatista há quase três décadas, foi a região mais afetada pelo "tsunami" de 26 de dezembro, com mais de 280.000 pessoas mortas e desaparecidas na Indonésia.
Rio de Janeiro, Sexta, 29 de Março de 2024
Sociedade de Aceh quer participar das conversações de paz
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Publicado Quarta, 02 de Fevereiro de 2005 às 04:23, por: CdB
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