A Assembléia Geral das Nações Unidas celebra os 60 anos da libertação dos campo de extermínio nazistas com uma sessão especial. O sobrevivente do Holocausto Eli Wiesel e líderes mundiais confrontaram uma questão de assombra a ONU há tempos: será a organização capaz de evitar genocídios no futuro? A celebração também tem o objetivo de acabar com a idéia de que a Assembléia é anti-semita, acusação comumente feita por Israel. Mas havia sinais de divisão, e evidência clara de que boa parte do mundo árabe não participou da cerimônia. O auditório da Assembléia Geral estava com menos de metade da capacidade total ocupada, e apenas um país do Oriente Médio - a Jordânia - listado entre os que fariam discursos sobre a libertação dos campos nazistas.
- A testemunha judia que sou fala do sofrimento de meu povo como um alerta - disse Wiesel. - Ela soa o alarme para evitar que essas tragédias caiam sobre outros. E sim, estou convencido de que, se o mundo tivesse ouvido àqueles de nós que tentaram falar teríamos evitado Darfur, Camboja, Bósnia e, naturalmente, Ruanda.
Sir Brian Urquhart, ex-subsecretário-geral da ONU e que foi dos soldados envolvidos na libertação dos campos de extermínio, disse que o mundo não pode esquecer o Holocausto, porque ele revela os horrores que seres humanos podem produzir, e que poderão produzir de novo.
- Esta comemoração serve para relembrar o que seres humanos, motivados por ódio ou medo ou alguma ideologia perversa são, contra toda crença racional, ainda capazes de fazer uns aos outros - discursou.