Sharon nega acusação de empréstimo ilegal

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Publicado Quarta, 08 de Janeiro de 2003 às 15:10, por: CdB

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, chamou de "calúnia política desprezível" a alegação de que ele havia recebido um empréstimo de US$ 1,5 milhão, proibido pela lei do país. Sharon disse a repórteres nesta quarta-feira que iria "negar essa calúnia com documentos e fatos". O jornal liberal israelense Ha´aretz publicou a notícias de que o primeiro-ministro e seus filhos teriam recebido o empréstimo para cobrir dívidas da campanha de Sharon para a liderança do seu partido, o Likud, em 1999. O promotor público Elyakim Rubinstein confirmou que existe uma investigação sobre o assunto, mas disse que ela não será concluída antes das eleições gerais no país, marcadas para 28 de janeiro. Amigos Cyril Kern, o sul-africano que teria concedido o empréstimo a Sharon, negou as acusações e disse que trata-se de uma "tentativa de demoralizá-lo". Um porta-voz do Ministério da Justiça sul-africano confirmou que Rubinstein pediu ajuda nas investigações. Kern é amigo de Sharon desde que os dois lutaram juntos na guerra pela independência de Israel, em 1948, e tentou afastar a acusação de que o empréstimo é impróprio. "É o que qualquer um faria para ajudar um amigo", afirmou à rádio do Exército de Israel, acrescentando que ele "nunca jamais" teve qualquer interesse comercial em Israel. Amram Mitza, o presidente do Partido Trabalhista, o maior partido de oposição, apelou para que Sharon fizesse um pronunciamento sobre o assunto. "Se Sharon se mantiver em silêncio ele vai perder sua legitimidade e será indigno de liderar Israel neste momento de crise", disse Mitza, de acordo com o jornal Ha´aretz. Uma pesquisa de opinião divulgada nesta quarta-feira mostra que boa parte do eleitorado concorda com Mitzna. A pesquisa mostra que 46% dos israelenses acham que Sharon deveria continuar no cargo, mas 31% acham que o comportamento do primeiro-ministro é impróprio para o cargo. O empréstimo é a segundo acusação de conduta imprópria a atingir o Likud recentemente. Sharon demitiu sua ministra de Infra-Estrutura quando ela se recusou a explicar as alegações de compra de votos que vieram à tona durante as eleições primárias para o Likud. Antes dos escândalos, havia a expectativa de que o Likud conseguiria 41 das 120 cadeiras do Parlamento. Mas as pesquisas mostram que os votos que estão migrando do Likud não estão indo para os trabalhistas, que devem ter 20 cadeiras no Parlamento, mas para outros partidos de direita.

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