Serra marca data para sair do ministério

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Publicado Segunda, 21 de Janeiro de 2002 às 21:06, por: CdB

O ministro da Saúde, José Serra, marcou data para sair do governo - 20 de fevereiro - mas deve antecipar o desembarque para preservar sua candidatura presidencial. Correligionários e colaboradores do ministro já admitem a hipótese de ele permanecer no posto apenas até o final da semana que vem. Os "serristas" não querem ver seu presidenciável envolvido em denúncias de uso da máquina por conta da impossibilidade de separar o ministro da figura do candidato. "O Serra programou seu retorno ao Senado, coincidindo com a reabertura do Congresso, mas, se em qualquer momento ficar claro que a candidatura e o ministério são incompatíveis ou pairar dúvida sobre sua conduta ética, ele sai antes", resume o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA). Articulador entusiasmado da candidatura Serra, o líder garante que o tucano não trocará uma imagem de ética e correção construída nos três anos de Ministério da Saúde por mais uma semana de permanência no cargo. A agenda do ministro da Saúde reserva apenas uma programação que nem Serra nem seus aliados admitem que ele perca: a viagem do dia 28 a Recife, em companhia do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o ministro e o presidente vão anunciar a marca de 150 mil agentes de saúde que estão atuando em 13 mil equipes do programa Saúde da Família. Também vão assinar um projeto de lei que vai regulamentar a profissão de agente. O líder do PSDB no Senado, Geraldo Melo (RN), acompanhou Serra no fim de semana ao Rio Grande do Norte, na primeira viagem do ministro depois do anúncio oficial da candidatura. Mesmo tendo discursado em solenidades oficiais da Saúde, na presença do governador Garibaldi Alves (PMDB) e da prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PFL), o senador diz que só pediu votos para Serra na convenção municipal do PSDB. "Duas semanas não vão alterar nada", diz o senador Geraldo Melo. A cúpula do PSDB, e em especial os "serristas" que tanto forçaram a candidatura do ministro, concordam que, escolhido oficialmente pelo partido, Serra tem que se apresentar como candidato, sem nenhum constrangimento.

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