O sequestrador da menina Elizabeth Smart, de 15 anos e resgatada na semana passada depois de nove meses de cativeiro, ainda considera sua vítima como sua mulher, explicou nesta segunda-feira, seu advogado, Larry Long.
Brian David Mitchell “quer que o mundo saiba que ela é sua esposa, que ele continua a querendo e sabe que ela também o quer, e que não sofreu danos durante sua relação e a aventura que viveram”, disse seu advogado em entrevista a uma cadeia de televisão local de Salt Lake City.
O advogado declarou que – segundo Mitchell, um pregador andarilho mórmon -, não foi um rapto, mas “um chamado de Deus”.
Smart foi encontrada na quarta-feira (12) passada em companhia de Mitchell e sua esposa, Wanda Barzee, em Sandy (Utah, EUA), cerca de 25 quilômetros da casa da refém.
A jovem havia sido seqüestrada na presença de sua irmã quando ambas dormiam em seu quarto, no dia 5 de junho do ano passado.
O predicador e sua esposa permanecem sob custódia policial à espera de acusações contra eles, que devem ser apresentadas nesta segunda-feira.
Segundo o advogado, Mitchell, que se alimenta apenas de frutas na prisão, é um homem “muito inteligente, muito informado, muito coerente e que se expressa muito bem”.
O sequestrador, que no passado chegou a fazer trabalhos na casa da família Smart, é o autor de um livro chamado “O livro de Emmanuel David Isaiah” – o nome que dá a si mesmo -, no qual se refere à poligamia como uma “bênção perdida”.
Nele, Mitchell descreve a si mesmo como “um Deus piedoso que pode restituir as bênções perdidas dos não pecadores”.
O livro faz referência a um suposto mandado divino para que “Emmanuel” reúna sete novas esposas.
“Emmanuel” também é suspeito de ter seqüestrado, dois meses depois do desaparecimento de Smart, a sua prima de 18 anos, Jessica Wright.