O premiê israelense Ehud Olmert avisou, na última sexta-feira, que iria realizar "pesadas operações militares" na Faixa de Gaza, e cumpriu a ameaça nesta quarta-feira, quando ataques aéreos e enfrentamentos por terra deixaram o saldo de seis palestinos mortos, incluindo cinco militantes do grupo Hamas, e 45 pessoas feridas. A informação é de fontes de segurança e testemunhas palestinas.
Esta foi uma das maiores ações desde que Israel lançou uma ofensiva em Gaza em busca da libertação de um soldado capturado por palestinos armados no dia 25 de junho. Outro objetivo da ofensiva foi conter os disparos de foguetes de militantes contra o país. O braço armado do Hamas, movimento islâmico que está no governo, disse que seus homens mataram um soldado de Israel e feriram outros em ataque com foguetes antitanque contra veículos israelenses. O Exército de Israel não confirmou a informação.
Ao amanhecer desta quarta-feira, grupamentos de soldados israelenses entraram no norte de Gaza, com apoio de blindados, e foram recebidos a tiros. O ofensiva foi seguida de ataques aéreos e disparos de tanques, disseram testemunhas. O Hamas afirmou que a operação vai ter uma "influência negativa" nas negociações mediadas pelo Egito para tentar uma troca de prisioneiros palestinos mantidos em Israel pelo soldado capturado em junho.
Uma delegação do Hamas chegou ao Cairo na terça-feira para negociar com autoridade egípcias.
- A libertação do soldado israelense acontecerá somente depois que o inimigo cumprir as condições necessárias - disse Ismail Rudwan, porta-voz do Hamas, em referência às exigências de libertação de mais de mil prisioneiros palestinos.
Em Jerusalém, o gabinete de segurança do primeiro-ministro Ehud Olmert reuniu-se para debater a expansão da ofensiva em Gaza. Além da operação no norte de Gaza, dezenas de veículos blindados concentraram-se na fronteira de Israel no sul do território no final da terça-feira, disseram testemunhas.
- A intenção é atingir os locais de lançamento de foguetes e infra-estrutura terrorista, mas não usar a ação como meio de reocupar Gaza - explicou o vice-ministro da Defesa Ephraim Sneh à Rádio Israel.
Israel retirou seu exército e colonos judeus de Gaza no ano passado, depois de 38 anos de ocupação, mas a tensão vem crescendo na fronteira desde que o Hamas assumiu o poder, após vencer a eleição de janeiro. O objetivo formal do grupo é a destruição de Israel.