A maior controvérsia do futebol italiano após a rodada do final de semana foi a saudação do meia Paolo di Canio aos torcedores da Lazio após a derrota para o Livorno.
Com a mão direita estendida, o jogador reproduziu gesto tradicional do fascismo no país nos anos 30 e 40, no regime de Benito Mussolini.
A Saudação fascista contra torcida da Roma acabou em multa para Paolo di Canio, da LazioUm dia após o incidente, segmentos políticos da Itália se manifestaram com repúdio ao gesto Di Canio.
A saudação do jogador de 37 anos foi considerado uma provocação em Livorno, cidade que tem tradição de movimentos de esquerda.
O veterano ídolo da Lazio se pronunciou a respeito nesta terça-feira, defendendo a própria atitude.
- Saúdo a minha gente com um sinal que representa valores de civilidade contra a massificação que a sociedade nos impõe - afirmou em entrevista a uma rádio de Roma.
A torcida da Lazio é conhecida na Itália como a que mais concentra simpatizantes de movimentos fascistas e neonazistas. São os torcedores conhecidos como Ultras.
Esta não é a primeira vez que Di Canio se envolve num incidente que remete ao passado fascista da Itália. O jogador foi multado recentemente em 10 mil euros por fazer o mesmo gesto em direção à torcida da Roma, arqui-rival da Lazio.
O gesto de Di Canio causou repúdio também na comunidade judia do país, que se manifestou à Lazio através da Federação Maccabi Italiana.
Em resposta, o clube de Roma divulgou em seu website um comunicado dizendo que é contra qualquer tipo de manifestação racista ou política dentro de campo ou nas arquibancadas.
Mas, esquentando ainda mais a discussão, Di Canio respondeu com truculência a manifestação.
- Se nós estivéssemos nas mãos dos judeus, seria o fim - comentou o jogador.