Saddam se nega a dizer se é culpado ou inocente

Arquivado em:
Publicado Segunda, 15 de Maio de 2006 às 07:50, por: CdB

O ex-presidente do Iraque Saddam Hussein se recusou a se declarar culpado ou inocente nesta segunda-feira, quando compareceu a um tribunal para ouvir, pela primeira vez, acusações detalhadas contra ele.

-Não é assim que deve ser tratado o presidente do Iraque -  disse o ex-líder deposto quando perguntado como se declarava.

As acusações formalizadas contra Saddam incluem a prisão ilegal de 400 pessoas da cidade de Dujail, predominantemente xiita, a tortura de mulheres e crianças e dar ordens para a destruição de áreas de plantação.

O ex-líder iraquiano não foi acusado, porém, pelas mortes de 148 pessoas em um massacre, em 1982, na cidade de Dujail, predominantemente xiita, ordenado em resposta a uma tentativa de assassinato contra o então presidente iraquiano.

Ele só foi acusado de responsabilidade nas mortes de nove pessoas, assassinadas logo após a ofensiva.

- Depois que as alegações de ter sido alvo de uma tentativa de assassinato, você expediu ordens para as forças de segurança e o Exército prenderem moradores e usar todas as armas contra eles - disse o juiz Raouf Abdul Rahman.

- Só posso dizer sim ou não a isso. Você lê tudo isso para o consumo público e eu não posso responder a isso com brevidade. Você está diante de Saddam Hussein, presidente do Iraque. Eu sou o presidente do Iraque de acordo com a vontade dos iraquianos e ainda sou o presidente até este momento - disse o ex-líder iraquiano.

O juiz instruiu o tribunal na capital iraquiana, Bagdá, a registrar que Saddam Hussein negou as acusações. Se considerado culpado, Saddam Hussein pode enfrentar pena de morte.

As acusações mais graves em relação ao massacre recaíram sobre o meio-irmão de Saddam, Barzan al-Tikriti, que era chefe do serviço secreto iraquiano na época e também está em julgamento.

Além de Saddam, setes réus enfrentam acusações semelhantes no julgamento. O tribunal foi reconvocado depois de um intervalo de três semanas para ouvir a tese apresentada pela defesa.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo