Saddam pensava que o ataque americano era um blefe

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Publicado Segunda, 03 de Novembro de 2003 às 09:14, por: CdB

A edição desta segunda-feira do jornal The Washington Post afirma que o presidente iraquiano deposto Saddam Hussein não ordenou um contra-ataque quando as tropas dos Estados Unidos começaram a entrar no Iraque porque achou que a incursão terrestre era um blefe e estava convencido de que sobreviveria à invasão. O ex-vice-premier iraquiano Tareq Aziz, que se entregou às forças ocidentais em abril, disse em um interrogatório que, após um encontro com intermediários russos e franceses, Saddam estava convencido de que poderia evitar a guerra, afirmou o jornal, citando autoridades norte-americanas.

Aziz teria dito aos interrogadores que os intermediários russos e franceses garantiram a Saddam no final de 2002 e no começo deste ano que bloqueariam uma guerra liderada pelos EUA por meio de adiamentos e vetos no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Na véspera da guerra, Saddam saiu de encontros com russos e franceses convencido de que os EUA não lançariam uma invasão imediata.

O ex-vice-premier disse ainda que Saddam estava tão seguro de si que se recusou a ordenar uma resposta militar imediata quando ouviu os primeiros relatos de que forças terrestres norte-americanas estavam entrando no Iraque. Ele concluiu que a entrada dos soldados era algum tipo de simulação. Autoridades dos EUA envolvidas nos interrogatórios disseram, de acordo com o jornal, que o relato de Aziz não foi confirmado por outras fontes.

Segundo o Post, investigadores também fizeram a outros ex-líderes iraquianos a seguinte indagação: se Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa, por que desejava que o mundo acreditasse que tivesse? A reportagem disse que diversos detidos afirmaram acreditar que Saddam estava com medo de perder status junto aos vizinhos árabes, que o respeitavam por temer que tivesse armas de destruição em massa.

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