Sacolas plásticas voltam aos supermercados de SP nesta quinta

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Publicado Quinta, 28 de Junho de 2012 às 05:14, por: CdB
Sacolas plásticas voltam aos supermercados de SP nesta quinta

Redes cumprem determinação judicial pelo retorno da distribuição aos consumidores, mas avisam que vão recorrer

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 28/06/2012, 10:57

Última atualização às 10:57

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São Paulo – Após determinação judicial, os supermercados de São Paulo voltam hoje (28) a fornecer gratuitamente sacolinhas plásticas aos consumidores. As redes de supermercados Carrefour e Pão de Açúcar, incluindo o Extra, já informaram, por meio de nota, que vão acatar a decisão da Justiça e retomar a distribuição.

Na última segunda-feira (25), a juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1ª Vara Cível Central da capital paulista, determinou que os supermercados retomem o fornecimento gratuito de embalagens adequadas e em quantidades suficientes para que os consumidores possam transportar as compras. 

A juíza estabeleceu o prazo de 48 horas, após recebimento da notificação, para que os supermercados de São Paulo voltassem a disponibilizar as sacolinhas. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou ter orientado os associados a cumprir a decisão judicial, mas vai recorrer da decisão.

Em entrevista coletiva concedida ontem (27), em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, disse que a distribuição deveria ser voluntária, respeitando o posicionamento de cada estado.

“Acho que estamos falando de redução. Cada estado toma as suas decisões dentro das suas práticas. A questão de metas ambientais tem que ser voluntária. Não dá para ficar impondo”, defendeu.

Segundo Honda, 18 bilhões de sacolas foram fornecidas em 2007 pelo setor de supermercados e, desde então, o consumo caiu para 14 bilhões. “Acho que é uma redução bem consistente, há uma certa conscientização por parte do consumidor de que você tem que reduzir o consumo e partir para práticas mais sustentáveis.”

Honda relembrou que, em 2011, foi estabelecido um pacto setorial com o Ministério do Meio Ambiente prevendo a redução do consumo de sacolas plásticas nos supermercados do país. A meta estabelecida foi reduzir o consumo de sacolinhas em 30% até 2013 e 40% até 2015.

Por meio de nota, o Carrefour disse que vai acatar a decisão da Justiça, mas que pretende intensificar campanhas para reduzir o consumo das sacolinhas. “A rede continuará a trabalhar para promover o consumo consciente e reduzir o impacto ambiental de suas operações. Dessa forma, o Carrefour incentivará o uso racional dessas embalagens, estimulando a adoção de alternativas sustentáveis para o acondicionamento das compras, como sacolas reutilizáveis”, diz a nota da empresa.

Já o Grupo Pão de Açúcar informou que vai, “de maneira responsável e adequada, disponibilizar embalagens plásticas em suas lojas para todos os clientes que necessitarem” e que pretende continuar atuando na “conscientização do consumidor brasileiro com programas e campanhas educativas em todos os seus negócios”.

As entidades de defesa do consumidor informaram que estarão atentos sobre o caso. Por meio de nota, o Procon informou que os consumidores que se sentirem lesados pela falta de sacolinhas nos supermercados poderão recorrer ao órgão. Os números para esclarecimento de dúvidas são o 151 (somente para a capital) ou 0800-772-3633.

Já o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) considera fundamental a implantação da logística reversa para as sacolinhas, ou seja, de se criar um sistema de troca gratuito a fim de substituir as sacolas retornáveis danificadas por novas. A ideia seria entregar sacolas retornáveis aos consumidores a custo zero ou muito baixo. Quando danificadas, as sacolas seriam devolvidas aos supermercados que, por sua vez, destinariam esse material ao setor do plástico, que as reciclaria.

“Apesar de a proibição de sacolas plásticas ser uma boa medida para o consumo sustentável, isso gerou insatisfação generalizada. Para a implantação de um sistema no qual as sacolas descartáveis sejam extintas, o custo deve ser compartilhado entre consumidores e fornecedores”, defendeu o Idec, por meio de nota.

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